Fotos para o primeiro curso de prevenção ao suicídio

Para tentar quebrar o tabu e desmistificar o suicídio – que é uma doença –, foi organizada a campanha Setembro Amarelo com o objetivo de tentar tratar o tema de forma natural e objetiva na sociedade. Mato Grosso do Sul está em terceiro lugar no ranking de estados com mais incidências de suicídios, sendo que Aquidauana é a cidade que mais preocupa, com 19 casos registrados.
A estatística da Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que no Estado foram contabilizados 8,1 casos para cada 100 mil habitantes entre 2006 e 2010, quase o dobro da média nacional, que é de 4,8 casos.
Segundo o professor coordenador do Programa de Prevenção ao Suicídio, Edilson Reis, Aquidauana é um dos municípios mais preocupantes em razão de ter menos de 35 mil habitantes com 19 casos registrados; em seguida vem Campo Grande. “Por dia no Brasil tem de 25 a 28 casos registrados. Desses casos 4 não são registrados ou são subnotificados como morte a esclarecer. Um caso é notificado como suicídio, 10 pessoas já cometeram. Isso é uma epidemia, mata mais que ebola  e aids”, explica o professor.
De acordo com o Conselho Federal de Psicologia, 90% dos casos de suicídios poderiam ser evitados, já que geralmente eles estão associados a patologias de ordem mental diagnosticáveis e tratáveis, como a depressão. A cada dez casos de suicídio nove podem ser evitados quando houver diagnóstico.
O professor Reis recomenda que a pessoa que está passando por uma depressão compartilhe o problema. “A dor compartilhada dói menos.” Ele explica que as pessoas não sabem como falar de suas angústias e mesmo cercadas de pessoas não conseguem compartilhar. “Um adolescente sofrendo, angustiado e com mais de duas mil pessoas como seguidores nas redes sociais, e não consegue compartir a angústia que sente. O jovem acaba sofrendo calado, nem no grupo religioso tem coragem ou abertura para conversar”, explica.
Reis explica que os amigos e familiares podem prestar atenção em alguns sinais que os possíveis suicidas dão, como algumas frases negativas nas rede sociais, apatia e desânimo. “Se você perceber que a pessoa está mudando de comportamento e se isolando ou colocando frases negativas, já é um sinal de alerta”, recomenda.
O coordenador do Programa de Prevenção ao Suicídio explica que as pessoas podem tentar encontrar ajuda em grupos como Alcoólicos, Narcóticos e Neuróticos Anônimos, além das clínicas de psicologia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) e Uniderp-Anhanguera. “As pessoas podem tratar de suas angústias. Nesses grupos as pessoas podem dividir suas dores e nas clínicas tem alunos de psicologia que são orientados por professores que também podem ajudar a tratar essa epidemia que virou o suicídio”, argumenta.