Corumbá registra seis casos da febre chikungunya nesta semana. O município é o campeão no número de casos da doença. Em 2015, 14 casos já foram notificados, com seis confirmados, cinco descartados, e três aguardando o resultado dos exames. Em todo o Mato Grosso do Sul, um total de 99 casos foram notificados às autoridades de saúde. Entretanto, 84 deles foram descartados.

Segundo informa o Diário Corumbaense, a coordenadora de controle de vetores e endemias do município, Grace Bastos, esclareceu que Corumbá registra o maior número de casos por causa da proximidade com a Bolívia, cuja fronteira tem livre trânsito com grande fluxo de trabalhadores, principalmente feirantes, passando entre os dois países.

Santa Cruz de La Sierra está com uma epidemia de chikungunya há meses e até julho já contava com 6 mil casos confirmados. Foi nesse período que a cidade boliviana recebeu grande fluxo de pessoas, por causa da visita do Papa Francisco. Várias caravanas saíram do Brasil, passaram por Corumbá e retornaram, facilitando o contágio.

Na última quarta-feira (16), houve uma reunião ente a Secretaria de Estado de Saúde e a Secretaria Municipal de Saúde de Corumbá para realização de plano de ação estratégica contra a doença.

A doença

A febre chicungunya é uma doença viral parecida com a dengue, transmitida pelo mosquito Aedes Aegyptis, o mesmo que transmite a dengue. Nos últimos anos, inúmeros casos da doença foram registrados em países da Ásia e da Europa. Recentemente, o vírus CHIKV (febre chikungunya) foi identificado em ilhas do Caribe e na Guiana Francesa, país latino-americano que faz fronteira com o estado do Amapá, no Brasil.

Embora os vírus da febre chicungunya e os da dengue tenham características diferentes, os sintomas das duas doenças são semelhantes e causam febre, mal-estar, dores pelo corpo, dor de cabeça, apatia e cansaço.

Porém, a grande diferença da febre chikungunya está no seu acometimento das articulações. O vírus avança nas juntas das pessoas infectadas e causa inflamações com fortes dores acompanhadas de inchaço, vermelhidão e calor local.

A febre chikungunya pode afetar pessoas de todas as idades e ambos os sexos. Entretanto, a apresentação clínica é conhecida por variar de acordo com a idade. Recém-nascidos e idosos são os mais afetados pelas manifestações graves da doença. Atualmente, não há tratamento específico disponível para a febre chikungunya.

Para prevenir a doença, são necessários cuidados para evitar a infestação dos mosquitos transmissores: evitar acúmulo de água; colocar areia nos pratos dos vasos; manter as calhas limpas; e, se possível, fazer uso de repelentes contra insetos.

Cristina Viduani
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