Gazeta Esportiva

Agora é oficial. Após atualização realizada nesta segunda-feira pela Associação dos Tenistas Profissionais (ATP), o brasileiro Marcelo Melo, enfim, pode estufar o peito e afirmar que é o líder do ranking mundial de duplas. O mineiro de Belo Horizonte aparece na ponta da lista, com 8.390 pontos, 850 a mais que os irmãos gêmeos norte-americanos Bob e Mike Bryan.

A última vez que os irmãos Bryan foram deslocados da liderança foi há três anos, em setembro de 2012, quando o bielorrusso Max Mirnyi e o canadense Daniel Nestor dominaram o topo do ranking por 18 semanas.

Apelidado de Girafa devido aos seus 2,03m, Marcelo Melo vive a melhor temporada de sua carreira. Em 2015, ele conquistou cinco títulos com três parceiros diferentes. Ao lado do habitual companheiro, o croata Ivan Dodig, conquistou o ATP 500 de Acapulco e Roland Garros para depois erguer os troféus do ATP 500 de Tóquio e do Masters 1000 de Xangai com o sul-africano Raven Klaasen. Por último, faturou o ATP 500 de Vienna fazendo parceria com o polonês Lukasz Kubot. Dodig se ausentou das últimas conquistas do brasileiro porque disputou torneios da série Challenger para melhorar seu ranking de simples.

“Eu estou vivendo um sonho. Havia muita pressão sobre meus ombros para me tornar número 1. Esta foi uma conquista difícil. Eu sou realmente um cara de sorte por ser o número 1 do mundo com os Bryan ao meu redor”, celebrou Melo, de 32 anos, que nesta semana disputará o Masters 1000 de Paris ao lado de Ivan Dodig.

“Eu acho que para o Brasil isso vai ser uma coisa enorme”, disse o compatriota e também duplista Bruno Soares. “É muito importante para nós, por tudo que eu, ele e André (Sá) temos feito pelas duplas de tênis do Brasil durante os últimos sete ou oito anos. Para ele e para nós, alcançar o número 1 é algo realmente especial”, acrescentou.

“É incrível para o Brasil”, ecoou o sérvio Nenad Zimonjic, ex-número 1 em duplas. “Guga (Gustavo Kuerten) foi o número 1 em simples e agora Marcelo vai ser o número 1 em duplas. É uma grande conquista para ele. Com parceiros diferentes ele demonstrou o quão bem ele pode jogar. É uma coisa que ninguém pode tirar de você. Estou muito feliz por ele. Também é bom para o nosso esporte ter mais números 1”, encerrou.

Com Dodig, Marcelo alcançou neste temporada as semifinais do Aberto da Austrália, dos Masters 1000 de Indian Wells e Monte Carlo, além do bicampeonato do ATP 500 de Acapulco. No entanto, seu melhor resultado veio na França, com o título de Roland Garros, o primeiro Grand Slam conquistado pelo mineiro, batendo na final justamente os irmãos Bryan.

Foto: Ron Angle / Vipcomm