Por Marcelo Varela e Jhoseff Bulhões

O promotor Marcos Alex Vera de Carvalho, coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), em coletiva concedida à imprensa na tarde desta sexta-feira (4), após 4 meses de investigação, concluiu por denunciar 11 vereadores, um ex-vereador, cinco empresários e mais dois políticos pelos crimes de corrupção ativa, passiva, e associação criminosa, no esquema de compra de votos dos vereadores para cassar o prefeito Alcides Bernal (PP), no ano passado. Outras cinco pessoas ainda, segundo o Gaeco, devem ser investigadas por participação da organização criminosa.

A partir de hoje, da entrega do relatório do Gaeco à Procuradoria-Geral de Justiça, serão 15 dias para que seja decidido pela oferta de denúncia, complemento de diligências (mais depoimentos para complementar as investigações) ou arquivamento da investigação. Nas mãos, o procurador-geral, Humberto Brites, terá um relatório de 245 páginas, de um montante de 4,8 mil que constam no processo de investigação, divididos em 24 volumes.

Conforme Marcos Alex, as provas colhidas durante o procedimento da Operação Coffee Break comprovam que de fato  que “houve uma associação de pessoas movidas por interesse empresarial e políticos, que orquestraram um plano por meio de oferecimento de vantagens de cargos, vantagens políticas e dinheiro, para cassar o prefeito Alcides Bernal na época”.

Ainda segundo Marcos Alex, pela quebra se sigilo dos investigados também se identificou vultosas somas de remessas de dinheiro até para o exterior. “Vou citar apenas um exemplo: um vereador declarou que teria recebido R$ 393 mil no ano de 2013 e movimentou nas suas contas R$ 4 milhões e 300 mil. Então essa desproporção em um período coincidente com a investigação, traz indícios fortes, acompanhados de provas testemunhais, prova de interceptação telefônica, formam um juízo seguro de que tem indícios suficientes para justificar o oferecimento de denúncia”, afirmou o promotor.

Foto: Arquivo