Duas medidas judiciais foram cumpridas pela Polícia Federal em Mato Grosso do Sul na manhã desta terça-feira (8), na segunda fase da Operação Greenfield, que apura um esquema de cooptação de testemunhas.

A suspeita é que um contrato de R$ 190 milhões entre os irmãos Joesley e Wesley Batista, da Eldorado Celulose, do grupo J&F, que administra a JBS, tenha sido empregado para mascarar o suborno a um empresário concorrente para que não revelasse informações de interesse da investigação.

A PF apura que o contrato de fornecimento de massa florestal de eucalipto para produção de celulose seja apenas uma forma de recompensar o silêncio de um ex-sócio que poderia auxiliar a investigação.

Segundo a PF, a segunda fase da operação, iniciada nesta manhã, busca o esclarecimento desses fatos e de suposta ocultação de provas úteis ao esclarecimento dos crimes.

Outros cinco mandados foram cumpridos em São Paulo. Pelo menos um mandado de prisão foi cumprido, em local ainda não revelado.

Deflagrada em novembro do ano passado, a operação é uma investigação conjunta com o Ministério Público Federal de supostos prejuízos acumulados de até R$ 50 bilhões nos maiores fundos de pensão de estatais do País. Na ocasião, a suspeita é que os grupos adquiriram cotas em oito fundos de investimentos por valores superfaturados.

Os principais alvos da Operação Greenfield, na ocasião, foram Funcef (dos funcionários da Caixa), Petros (Petrobras), Previ (Banco do Brasil) e Postalis (Correios).

Os mandados judiciais foram determinação do juiz Vallisney de Souza, titular da 10ª Vara da Justiça Federal no DF. A Polícia Federal disse que fornecerá mais informações no decorrer do dia.

Um total de 38 empresas foram investigadas pela Greenfield, segundo a PF. Entre elas as construtoras Engevix, OAS e WTorre, a IBG Eletrônica (nova Gradiente), a Sete Brasil, a GruPar (aeroporto de Guarulhos), o Santander, o Bradesco, a Invepar, um braço da OAS, e a empresa de auditoria e consultoria Deloitte Touche Tohmatsu. (CGNews)