Um camarão descoberto há quatro anos em águas pantaneiras está sendo usado para medir a qualidade da água de rios em Mato Grosso do Sul. Isso porque o Macrobrachium pantanalense só consegue sobreviver em água doce livre de poluição, tendo sido localizado na região da Nhecolândia, de Aquidauana e dos rios Miranda e Negro.

O pequeno crustáceo foi identificado pela pesquisadora Lilian Hayd, da UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul).

“Se formos em uma lagoa ou bahia no Pantanal e não tiver camarão, ao mensurar os parâmetros físicos químicos, geralmente, percebemos que eles estão comprometidos. Se tem camarão o ambiente é bom, tem uma certa qualidade ambiental nos parâmetros físico-químicos da água”, explica.

O Camarão Pantaneiro é pequeno e transparente e havia sido confundido com o Camarão da Amazônia. O grupo de pesquisa coordenado por Lilian conseguiu provar que o crustáceo é de uma nova espécie analisando a morfologia, bioquímica e genética dele. Ambas as espécies são parecidas, mas aquela encontrada na região norte mede até 16 centímetros, enquanto o de Mato Grosso do Sul alcança, no máximo, seis.

Por ser minúsculo, não serve para ser criado para consumo, embora alguns pantaneiros o preparem frito com farofa. O camarão serve ainda como isca viva (apesar de os pescadores não gostem por ser muito mole), alimentação de peixes e criação em aquário.

É possível ver todos os órgãos do camarão e o tubo digestório muda de cor conforme o tipo de alimentação.

Conforme a professora, o Camarão do Pantanal não está em risco de extinção, pois ainda é encontrado em abundância. Ele também é muito importante na cadeia alimentar, porque serve de alimento para pequenos peixes.