Cerca de 80 indígenas de Mato Grosso do Sul participam do maior encontro de mobilização do Brasil, o Acampamento Terra Livre. Na tarde desta terça-feira (25), segundo dia de encontro, uma marcha com cerca de 5 mil índios em frente ao Congresso acabou em confusão. Ao tentarem entrar no plenário, eles foram recebidos com bala de borracha e gás de pimenta pela Polícia Legislativa.

Indígenas de Aquidauana e Anastácio participam da mobilização. Evelin Hekere, Terena da Aldeia Urbana Aldeinha está no local. Segundo ela, eles foram cercados dos 4 lados pela polícia. “Fomos recebidos pela polícia com gás de pimenta e bombas de efeito moral, muito triste”, disse ao JNE.

Os indígenas pediam a demarcação das terras no momento em que foram impedidos de entrarem no plenário. Alguns deputados saíram em apoio aos índios, nenhum deles, no entanto, de Mato Grosso do Sul, conforme a Terena. Quatro lideranças continuam detidas pela polícia.

“Eu estava bem próxima, aí a polícia tirou os cones e mandou o pessoal entrar. As lideranças entraram dançando, mas eles soltaram bomba de gás e de efeito moral. Aí começaram a sair atirando. Alguns estão com marca de tiros de bala de borracha”, explicou Evelin.

“Enquanto não tivermos uma resposta não vamos sair daqui. Nenhum deputado de Mato Grosso do Sul saiu para conversar”, complementou.

Diversas etnias saíram em marcha do local onde estão acampados – a cerca de 3km do Congresso – e seguiram carregando 200 caixões, que simbolizam violências sofridas por etnias indígenas brasileiras. O Acampamento Terra Livre acontece até sexta-feira (28).

Fotos: Evelin Hekere e Mídia Ninja