Falta de manutenção é a principal causa de vazamento de amônia em frigoríficos, de acordo com o STIC-CG (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Carnes e Derivados de Campo Grande). Nos últimos cinco anos, ao menos seis pessoas morreram devido a intoxicações em frigoríficos de Mato Grosso do Sul.

O diretor do STIC-CG, Evanilton Alves Pereira contou ao Jornal Midiamax que a manutenção nos frigoríficos deve ser diária. “Muitas vezes o frigorífico prefere fazer um remendo do que colocar uma peça nova”, diz.

Ainda segundo Evanilton, a manutenção deve ser mais criteriosa na máquina de manutenção, local das tubulações onde passam a amônia, utilizada para o resfriamento de câmeras frias. A linha de produção em frigorífico é basicamente: abate, câmara fria, desossa e carregamento. Aproximadamente 3,5 mil pessoas trabalham em frigoríficos da Capital.

Em menos de dois meses, três vazamentos deixaram dezenas de funcionários intoxicados na Capital e no interior. No último dia 6 de abril, 80 funcionários passaram mal e a unidade da JBS na BR-060, na saída para Sidrolândia em Campo Grande ficou interditado.

Nesta terça-feira (30) em Campo Grande, ocorreu um vazamento de amônia no frigorífico JBS na BR-060, na saída para Sidrolândia. Segundo informações, o vazamento já foi controlado.

Também nesta terça, 70 funcionários também do JBS, esse de Ponta Porã, inalando o gás e foram levados para o Hospital Regional da cidade. Nove deles deram entrada em estado grave.

Em janeiro de 2012, quatro trabalhadores da unidade de curtume do frigorífico Marfrig em Bataguassu morreram devido a liberação de gás sulfídrico produzido em reação química durante manipulação dos produtos no curtume.

O acidente ocorreu no momento em que um caminhão descarregava produto químico, no curtume. Edimar Felisbino da Silva, Karl Matheus Luft, Waldir Henrique Raimundo e Marcus Vinicius da Silva Melo morreram no acidente.

Em 2015, um acidente no curtume Qually Pelle, no Núcleo Industrial em Campo Grande matou duas pessoas. Quatro trabalhadores caíram em uma caldeira de produtos químicos ao fazer a limpeza.

O motorista de caminhão pipa Leandro Cesário, 32 anos e operador de estação de tratamento de água Carlos Pietro da Silva, 38 anos morreram depois de cairem no tanque de produtos químicos.

Indenização de R$ 5 milhões

O frigorífico Marfrig foi condenado a pagar R$ 5 milhões em uma indenização coletiva por causa das quatro mortes ocorridas em 2012. O acordo foi firmado com o Ministério Público do Trabalho (MPT).

De acordo com o laudo pericial do MPT (Ministério Público do Trabalho), houve falhas da sinalização de segurança, e nas orientações quanto aos procedimentos formais, medidas de proteção coletiva relacionadas à prevenção de acidentes, não implementação das medidas de controle de proteção coletiva e individuais, entre outras irregularidades.

 

Fonte: Midiamax