Atual, intenso e um verdadeiro espelho da realidade. Assim é o filme O Florista, produção sul-mato-grossense lançada em 2012, que no conceito “a arte imita a vida”, atinge alguns dos pontos mais polêmicos da sociedade: a homofobia, a ausência de humanidade e o senso de que” cada um pode fazer justiça com as próprias mãos”.

 

Cinco anos após ser lançado, o curta de 18 minutos que despertou a atenção da crítica mundial será disponibilizado ao grande público por meio da plataforma de vídeo no próximo dia 28 de junho, durante apresentação gratuita no MIS (Museu da Imagem e do Som, em Campo Grande.

 

Após a exibição, acontece debate sobre crimes, homofobia e justiça, com autoridades do cinema e representantes da cultura e movimento LGBT.  O livre acesso da obra tem por objetivo promover o debate sobre a violência gratuita diariamente registrada no País e a escolha da data para esse lançamento é devido o Mês do Orgulho LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais).

 

“Quando foi lançado, o filme tinha o objetivo de levantar questões sociais em um filme de gênero, no caso o suspense. Hoje, cinco anos depois, ainda acompanhamos casos de homofobia, crimes e barbáries escondidas por um falso senso de justiça e o aumento constante da falta de respeito ao próximo. Acredito que o curta seja uma boa ferramenta de reflexão e debate sobre o atual cenário da sociedade”, avalia o cineasta Filipi Silveira, roteirista e diretor da obra.

 

O jardineiro social – O suspense todo produzido em Campo Grande traz em um único encontro, histórias paralelas que inicia em um ato homofóbico, passando por crueldade e pela ideia de que “com as próprias mãos”, um cidadão tem o direito de eliminar as pragas existentes nesse belo jardim que é o mundo, segundo a metáfora que pouco-a-pouco é desvendada na trama.

 

Com esse enredo, apelo popular, rigor técnico e uma a trama que prende a atenção e estimula o pensamento sobre como e porque há tanta revolta, que culminam em crimes e distorção de valores, como a ética, respeito e cidadania. “O Florista” se mostra um filme brasileiro não apenas de arte, nem somente voltado ao público, se colocando no meio termo entre um e outro, buscando um caminho que muitos esperam da cinematografia brasileira, mas que ainda está engatinhando.

 

“O Florista” coleciona prêmios e indicações. Foi a única produção sul-mato-grossense a participar do Festival de Cannes neste caso no segmento Short Film Corner onde o diretor teve a oportunidade de encontros com representantes do setor audiovisual presentes no festival, workshops e conferências aos seus credenciados.

 

O filme foi indicado no primeiro turno do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro,  conquistou o  prêmio de melhor curta-metragem no FestCine em 2013;  também ganhou o prêmio de Melhor Diretor no Curta Cabo Frio em 2013; recebeu o prêmio de melhor curta-metragem por Júri Popular e melhor trilha sonora no 9º Encontro de Cinema e Vídeo dos Sertões em 2014; participou do Festival América do Sul; do Curta Cinema – Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro; do Curta Cabo Frio; do FANTASPOA – Festival Internacional de Cinema Fantástico; Festival Nacional de Cinema de Petrópolis; e da Festival de Cinema de Anápolis entre outros. O filme também representou o Brasil em festivais que ocorreram nos Estados Unidos, México, França, Polônia, Argentina e Austrália.

 

Mês do Orgulho LGBT – Celebrado em 28 de junho, o movimento de orgulho LGBT teve início em 1969, após a Rebelião de Stonewall, quando homossexuais hostilizados enfrentaram a polícia de Nova York dentro de bares. Apesar do episódio violento, a data marca o início da luta pelos direitos dos homossexuais e pela igualdade.

 

Serviço: Debate e apresentação do filme O Florista Local: MIS (Museu da Imagem e do Som) Data: 28 de junho às 19 horas. Participação gratuita