Após as ameaças do PCC e Fernandinho Beira-Mar de matarem pelo menos oito servidores de presídios federais, incluindo dois de Campo Grande, o Depen (Departamento Penitenciário Nacional), órgão do Ministério da Justiça, manterá a suspensão das visitas íntimas e sociais a detentos nos quatro presídios federais do Brasil.

 

Conforme o portal UOL, embora o ministério afirme ainda não ter tomado uma decisão a respeito do assunto, as direções das penitenciárias federais já informaram advogados e parentes dos presos sobre a prorrogação.

 

De acordo com um memorando do Depen, os líderes das facções criminosas aproveitam a ocasião de contato físico com os familiares para passar ordens aos comparsas que estão em liberdade, entre elas a de determinar a morte de servidor do sistema penitenciário federal. Desde setembro do ano passado, três agentes já morreram em emboscadas.

 

“O direito de visita com contato físico e encontro íntimo, vivenciado no Sistema Penitenciário Federal, tem sido utilizado como meio eficaz de difusão de mensagens entre presos e familiares, servindo como ferramenta de coordenação e execução de ordens para beneficiar organizações criminosas”, lê-se no memorando.

 

Ainda segundo o portal, a maior facção criminosa do país havia determinado a morte de oito servidores do sistema penitenciário federal até a próxima sexta-feira (30): dois para cada penitenciária federal: Porto Velho (RO), Mossoró (RN), Campo Grande (MS) e Catanduvas (PR).

 

Prazo

 

Nesta semana, quando se encerra o prazo da suspensão, advogados e familiares de presos receberam a informação de que somente as visitas de parlatório serão retomadas. A reportagem teve acesso à seguinte mensagem enviada pela direção das penitenciárias federais por e-mail e mensagens de WhatsApp:

 

“Prezados e prezadas, as visitas sociais íntimas foram suspensas por mais 30 dias, sendo permitido tão somente as realizadas em parlatório, a começar de quarta-feira      (28) desta semana. Informamos que nesse período excepcional, as visitas acontecerão de segunda a quinta, em dois horários: de 12h a 15h e de 15h a 18h.”.

 

Por sua vez, o Ministério da Justiça afirma que o chefe da pasta, Torquato Jardim, ainda não tomou uma decisão sobre o assunto.