Preocupados com o bloqueio de bens da JBS, funcionários da unidade em Campo Grande iniciaram protestos na Assembleia na última semana, temendo desemprego e falta de pagamento de salário. Também teve manifestações no interior do Estado. Em pelo menos cinco cidades de Mato Grosso do Sul os trabalhadores se reuniram em frente às respectivas prefeituras.

Além da Capital, em Nova Andradina, Naviraí, Ponta Porã, Anastácio e Cassilândia, funcionários foram para as ruas, segundo a Federação Estadual dos Trabalhadores da Alimentação no Estado. Em Anastácio foi estimada a presença de aproximadamente 500 pessoas, segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Frigorifico, Gilvani Alves dos Santos.

Em todos os casos a categoria cobrava um posicionamento do poder público com relação à decisão da companhia em paralisar as atividades depois que a Justiça decretou sequestro de R$ 730 milhões da rede de frigoríficos.  A decisão em bloquear bens foi tomada pelo Judiciário em ação aberta pela CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investiga os negócios do grupo J&F, dono da rede de frigoríficos. A resposta dos investigados colocou a classe trabalhadora contra o poder público.

Após reunião na última sexta-feira (20) entre o governador Reinaldo Azambuja com o presidente nacional da Divisão de Carnes da JBS, Renato Costa, A empresa afirmou que vai retomar as atividades nas sete unidades, manter os empregos dos 15 mil funcionários e ressarcir o Governo de Mato Grosso do Sul.

Conforme o representante da empresa, o abate nos sete frigoríficos – que está atualmente paralisado – será retomado nesta terça-feira (24). A data foi definida para que a empresa consiga se organizar e planejar as escalas de trabalho a tempo.

O trabalho dos 15 mil funcionários também será mantido, assim como os investimentos que a indústria aplica em Mato Grosso do Sul e a compra de boi de produtores locais. Ao todo, são nove frigoríficos no Estado, dos quais sete operam.

Em contrapartida, o Executivo vai tentar desbloquear parte dos R$ 730 milhões retidos pela Justiça. A situação é justamente o motivo que gerou uma série de consequência, incluindo a suspensão das atividades.

Fotos: Marcos Maluf