Como forma de possibilitar a certificação escolar e o ingresso no ensino superior de pessoas privadas de liberdade, serão realizados, nos próximos meses, duas importantes provas: o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja) e o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Este ano, foram inscritos 2466 custodiados da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen).

O diferencial deste ano é o Encceja, que não era aplicado desde 2014, e visa aferir habilidades e saberes em nível de conclusão do Ensino Fundamental ou do Ensino Médio para fins de correção do fluxo escolar. Já o Enem Prisional vai possibilitar o ingresso no ensino superior.

Na capital, os exames serão aplicados a 829 reeducandos, sendo 220 inscritos para o Enem e 609 para o Encceja, distribuídos entre as seguintes unidades penais: Estabelecimento Penal Jair Ferreira de Carvalho (Máxima), Instituto Penal de Campo Grande (IPCG), Estabelecimento Penal Feminino “Irmã Irma Zorzi” (EPFIIZ), Centro de Triagem “Anísio Lima”, Centro Penal Agroindustrial da Gameleira, na unidade de semiaberto feminina e na Casa do Albergado.

As provas também serão aplicadas nos presídios de Amambai, Aquidauana, Bataguassu, Cassilândia, Corumbá, Coxim, Dourados, Dois Irmãos do Buriti, Jateí, Jardim, Nova Andradina, Paranaíba, Ponta Porã, Rio Brilhante, São Gabriel do Oeste e Três Lagoas.

Encceja

Os exames do Encceja serão realizadas nos dias 21 e 22 de novembro, nos períodos matutino e vespertino. Ao todo, 1741 reeducandos, em 36 unidades prisionais do estado, irão prestar a prova objetiva e de redação. Segundo o Ministério da Justiça, mais de 74 mil detentos em todo o país prestarão o exame este ano. O participante deve atingir, no mínimo, 100 pontos em cada uma das áreas de conhecimento e 5 pontos na redação.

No primeiro dia de prova, a avaliação é destinada aos participantes que buscam a certificação do Ensino Fundamental. No segundo dia, será para o custodiado que pretende concluir o Ensino Médio.

Enem Prisional

Já o Enem Prisional será aplicado em 35 presídios do Estado, os quais aderiram ao exame, e conta com 725 reeducandos inscritos. As provas serão realizadas nos dias 12 e 13 de dezembro, no período vespertino. Além desses números, também realizam os exames em Mato Grosso do Sul, adolescentes infratores e presos do Presídio Federal.

No primeiro dia de prova, os custodiados terão quatro horas e meia para responder às questões de Ciências Humanas e suas Tecnologias e de Ciências da Natureza e suas Tecnologias. No segundo dia, eles terão uma hora a mais de exame, que abordará sobre Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, Matemática e suas Tecnologias e Redação.

Segundo a chefe da Divisão de Educação da Agepen, Rita de Cássia Argolo Fonseca, essa é uma oportunidade para que os custodiados possam regularizar os estudos e obter pontuação suficiente para ingressar na faculdade, por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e a obtenção de bolsas no Programa Universidade para Todos (ProUni).

De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), do Ministério da Educação, a prova voltada às pessoas em situação de prisão segue o mesmo formato da regular, o que muda é o conteúdo das questões.

Para o diretor-presidente da Agepen em exercício, Pedro Carrilho de Arantes, é de extrema importância incentivar a formação educacional dos reeducandos. “A educação tem sido uma ferramenta eficaz no processo de ressocialização das pessoas privadas de liberdade, além de possibilitar a construção de novos valores e mudanças de comportamentos”, ressalta.

 

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