O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun (MDB-MS), ganhou uma tropa de auxiliares formada por líderes de partidos governistas para ajudá-lo a negociar votações de projetos importantes para o Planalto.

A partir de fevereiro, o grupo fará reuniões semanais para definir a pauta do Congresso. A reforma da Previdência continua como prioridade do governo, mas o presidente Temer já afirmou à Coluna que também quer tentar convencer os parlamentares a votar a reforma tributária, na intenção de “trazer mais emprego e renda à população”.

Recontagem

O governo acredita que tem entre 260 e 270 votos a favor da Reforma da Previdência. A estimativa foi feita por Marun. Porém, para a aprovação, 308 deputados precisam apoiar a mudança nas aposentadorias. Marun disse que o governo ainda não tem os votos necessários por causa de um ‘receio eleitoral’, mas acredita que vai conseguir o apoio.

‘Faltam de 40 a 50 votos. São votos que nós vamos buscar com o apoio da sociedade. Nesse momento é muito importante a participação da sociedade, porque não existe mais argumentos contra a reforma. O que existe é um certo receio de alguma consequência eleitoral. Isso faz com que a gente ainda não tenha os votos necessários. Esse receio, no entanto, está deixando de existir em função da conscientização da sociedade’

Para buscar os votos que faltam, Marun disse que foca em tentar convencer os parlamentares da base. A estimativa é de que cem deputados aliados ainda não apoiam a medida. Para Marun, o governo consegue a aprovação da reforma com o apoio de metade dos indecisos.

‘Vamos trabalhar nesses cerca de 100 parlamentares de partidos da nossa base que ainda se dizem indecisos ou contrários à reforma. Se conseguirmos metade desses indecisos, teremos a vitória’

O ministro garantiu que a única moeda de troca será o ‘convencimento’. Marun voltou a negar que tenha condicionado a liberação de empréstimos de bancos públicos aos governadores que apoiassem as mudanças da Previdência. No final do ano de 2017, o ministro disse que os governadores que trouxessem votos para a reforma teriam os financiamentos liberados. O ministro negou a chantagem e afirmou que apenas busca o apoio através do diálogo.

‘Eu nunca condicionei e nunca falei que ia condicionar. (…) O que eu falei é que vou querer dialogar com todos os agentes públicos, em especial os que são parceiros do governo, no sentido de tentar despertar neles a necessária responsabilidade. E ter responsabilidade nesse momento como agente público é apoiar a reforma da Previdência’