O recurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está sendo julgado nesta quarta-feira (24) pela 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre. A apelação é contra a condenação de 9 anos e 6 meses de prisão no caso do tríplex do Guarujá, que foi aplicada pelo juiz Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato na primeira instância da Justiça Federal, em Curitiba (PR). Na sessão, os procuradores e advogados de defesa irão se manifestar, e os três desembargadores irão proferir os votos.

O ex-presidente foi condenado em julho do ano passado pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara de Curitiba, a 9 anos e 6 meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso envolvendo a compra de um tríplex no Guarujá, litoral de São Paulo. A defesa do ex-presidente, no entanto, recorreu da decisão do juiz Sérgio Moro e o recurso será julgado amanhã pelos desembargadores federais João Pedro Gebran Neto, Leandro Paulsen e Victor Luiz dos Santos Laus, do TRF4. Moro é o juiz responsável pelos processos da Operação Lava Jato que correm na primeira instância da Justiça Federal, no Paraná.

Na capital gaúcha, o ex-presidente Lula fez negou que tenha cometido crime. “Duvido que jornalistas que escrevem mentiras a meu respeito durmam com a consciência tranquila […] Sei que não cometi crime. Mas eles sabem que estão mentindo. Serão colocados frente a frente com seus filhos e os filhos vão perguntar ‘pai, porque você escreveu aquilo?’. E eles não terão a coragem que eu tenho de falar. Duvido que neste país tenha um magistrado mais honesto do que eu”, afirmou.

Cerca de 200 militantes petistas e sindicalistas de Mato Grosso do Sul estão acompanhando pessoalmente o julgamento do recurso do ex-presidente no processo do triplex. Segundo o presidente regional do partido, o ex-governador e deputado federal, Zeca do PT, são três ônibus fretados, além de carros particulares que já estão na estrada.

De acordo com ele, os ônibus foram fretados pela Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul) e MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). Todos saíram de Campo Grande na segunda-feira (23).

Durante abordagem de um dos ônibus contratado pela CUT de Mato Grosso do Sul, a PRF (Polícia Rodoviária Federal) e Brigada Militar constataram que o veículo trafegava sem as licenças necessárias e acabou prendendo o presidente da CUT, Genilson Duarte.

De acordo com o site Correio do Povo, o ônibus tinha passageiros que se deslocavam para Porto Alegre, com objetivo de acompanhar o  julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os policiais abordaram o veículo na BR 386, em Montenegro e teria dado voz de prisão ao presidente, que teria um mandado de prisão expedido desde o ano passado.

Genilson teria sido conduzido para a delegacia e o ônibus foi apreendido. Os passageiros foram encaminhados para outros veículos.