Na manhã desta sexta-feira (02) o agiota Salém Pereira Vieira, 36 anos, foi baleado na rua Jaime Pereira Barbosa, bairro Guanandi, em Campo Grande. Os disparos atingiram a região lombar da vítima. No momento do atentado ele, junto com a esposa, deixava seu enteado na creche quando sofreu o atentado.

Salém estava em um veículo Renault Logan, quando um veículo de cor preta, parou ao lado e efetuou vários disparos contra a vítima. Os autores fugiram e a vítima foi socorrida e encaminhada para a Santa Casa, em estado grave, com pelo menos 7 perfurações de bala.

Salém é um dos envolvidos no escândalo sobre o uso de cheques de terceiros que tem também como personagem o ex-prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte. Ele, que é apontado como agiota, chegou a bater boca com Olarte durante audiência na justiça, no processo sobre o “Golpe dos Cheques em Branco”. À época, em 2015, ele classificou o ex-prefeito como “171”, artigo do Código Penal para estelionato, e ainda afirmou que sofria ameaças de morte.

O processo ainda corre na Justiça, na fase de recursos, embora já tenha havido condenação. A acusação principal é de que Olarte e integrantes da igreja da qual ele fazia parte usavam cheques em branco de terceiros para conseguir dinheiro com agiotas. O homem baleado hoje seria um dos “fornecedores” de recursos.

Salém Pereira Vieira foi questionado onde teria conhecido Ronan Feitosa, acusado de ser cúmplice de Olarte na troca de cheques e repasse de dinheiro para vereadores em troca da deposição de Alcides Bernal.

Vieira disse que conheceu Ronan três anos antes e que ele se apresentava como chefe da Sedesc (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Turismo, Ciência e Tecnologia e Agronegócio), bem como “homem de confiança do Olarte”.

Salem também é uma das 29 testemunhas do processo da Operação Coffe Break, que investigou um esquema para cassar o ex-prefeito Alcides Bernal, com a participação de Gilmar Olarte e de vereadores de Campo Grande, além de empresários.   Na semana que vem, no dia 7, o Órgão Especial do Tribunal de Justiça vai decidir se acata a denúncia contra o deputado Paulo Siufi (PMDB), que era vereador à época dos fatos denunciados. A outra parte da ação corre na primeira instância.

 

Foto: Bruna Kaspary