A prefeitura de Corumbá, município de Mato Grosso do Sul com a maior porção do território do Pantanal – são 65 mil quilômetros quadrados -, iniciou um levantamento da situação das comunidades ribeirinhas que vivem às margens do rio Paraguai e seus tributários com a subida das águas na planície pantaneira. As inundações são consideradas atípicas em razão dos altos índices pluviométricos nas últimas semanas.

Técnicos da Agência Municipal de Proteção e Defesa Civil e do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) Itinerante iniciaram nessa quinta-feira (22.2), uma viagem precursora pelo Pantanal para acompanharem os efeitos da cheia na região e definirem estratégias de apoio às famílias. Ao longo de 220 km pelo rio Paraguai, entre Corumbá e o limite com Poconé (MT), ao Norte, vivem mais de 250 famílias tradicionais, que tem a pesca com subsistência.

O prefeito Marcelo Iunes anunciou que o “Povo das Águas” – ação fluvial que leva assistência periódica aos ribeirinhos -, programado para ser iniciado em março na região do Taquari (Paiaguás), poderá ser antecipado para atender a parte alta do Pantanal, onde já ocorre transbordamento do Rio Paraguai. “Isso vai depender do que for avaliado nesta expedição”, explicou a secretária especial de Cidadania e Direitos Humanos, Beatriz Cavassa de Oliveira.

Monitoramento – A Defesa Civil ainda realizará o recadastramento da população que habita a região das águas, cuja finalidade é também subsidiar preliminarmente, com informações seguras, a Coordenação do Programa Social “Povo das Águas”. A operação fará o monitoramento in loco do comportamento das águas naqueles ambientes, considerando a inundação gradual que foi acelerada pela intensidade das chuvas nas cabeceiras dos rios e na planície.

“Os tributários do Rio Paraguai, como os rios Taquari, Miranda, Aquidauana, Negro e outros, que estão tendo níveis expressivos, acabam também, de algum modo, influenciando e impactando a cheia nesse complexo pantaneiro”, afirmou o diretor-executivo da Defesa Civil, Isaque do Nascimento. O órgão municipal também monitora as encostas na área portuária de Corumbá, onde estão assentadas inúmeras moradias em condições irregulares e de risco.