A empresa A MinerWorld, que se apresenta como mineradora da moeda virtual Bitcoin com sede no Paraguai e unidade em Campo Grande é investigadas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e foi alvo de buscas nesta terça-feira (17), tanto em Campo Grande como em São Paulo, prometia lucro de 100% aos investidores, conforme afirmou o promotor do Ministério Público Estadual (MPE-MS), Luiz Eduardo Lemos.

A investigação já ocorre há quatro meses e aponta que muitos investidores não vinham sendo remunerados desde o final do ano de 2017. Houve, em um primeiro momento, a denúncia da Comissão de Valores Imobiliários, ressaltando o público lesado e pedindo providências, momento em que uma ação civil pública foi ajuizada.

“As pessoas que não tinham dinheiro suficiente para investimento faziam o recrutamento de outras para investirem e ganhariam com isso. Já os investidores, recebiam a promessa dos ganhos em torno de 100% do valor investido”, comentou o promotor.

Houve ao todo buscas nos escritórios de três empresas e também na residência dos investidores. “Vamos analisar toda a documentação apreendida, cartão de crédito e até uma possível dissolução das empresas. Ao menos 50 mil clientes atuam nestas empresas espalhadas pelo Brasil”, ressaltou Lemos.

Sobre a característica de pirâmide financeira e a inexistência de criptomoedas, é algo ilícito e que também está sendo apurado, conforme a investigação.

Veja o conteúdo na íntegra:

“Diante da operação deflagrada pelo Ministério Público Estadual na manhã desta terça-feira, em Campo Grande (MS), a Minerworld informa que não é, nem nunca foi, uma pirâmide financeira. A empresa foi, sim, vítima de uma fraude na exchange americana Poloniex, em outubro do ano passado, no valor total de 851 bitcoins – cerca de R$ 23, 8 milhões pelo câmbio de hoje, 17 de abril de 2018. Desde então, a Miner passou a ter dificuldades para realizar seus pagamentos em dia. Todos os demais esclarecimentos serão prestados em juízo”.

Entenda o caso

O Gaeco deflagrou a operação por volta das 6 horas em Campo Grande e também em São Paulo. São ao todo 8 mandados de busca e apreensão, expedidos pela Vara de Direitos Difuso e Coletivos da capital sul-mato-grossense, em ação civil pública proposta pela 43ª Promotoria de Justiça do Consumidor.

A ação foi batizada de Lucro Fácil, com foco em combater a formação fraudulenta de pirâmide financeira, por meio do fornecimento de suposto serviço de “mineração de bitcoins”. Os policiais estiveram, dentre outros locais, nas sedes das empresas Mineworld, Bit Ofertas e Bitpago, em Campo Grande e São Paulo, além das residências dos respectivos sócios.