Neste ano completam 73 anos que as forças aliadas combateram contra o nazi-fascismo durante a 2ª Guerra Mundial, faziam ruir por terra em 8 de maio, as armas do eixo- Berlim-Roma- Tóquio, dando fim de uma guerra que iniciara em 1939. No maior conflito mundial ocorrido em época contemporânea, a participação brasileira com a Força Expedicionária Brasileira foi modelar, elogiada pelo V Exército Americano e cumpriu o seu papel na defesa das liberdades. Nasceu então o “Dia da Vitória”, data formal da derrota da Alemanha Nazista e da vitória do grupo dos Aliados.

O 9º Batalhão de Engenharia de Combate Carlos Camisão teve suma importância, devido a grande participação na Guerra, cooperando para o êxito da 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária nas conquistas de Monte Castelo, Castelnuovo e Montese. O combatente que capturou a bandeira Nazista, sargento Meroveu, natural de Aquidauana, integrou o Batalhão. Esse é considerado o maior troféu de guerra conquistado pelo Brasil e está exposto no Museu Marechal José Machado Lopes, em Aquidauana.

Na última sexta-feira (11), foi realizada uma formatura alusiva a data onde os ex-combatentes que deram suas vidas foram homenageados e lembrados. O comandante do 9º BE Cmb, tenente-coronel Fábio Bogoni recebeu para o evento o Pracinha, ex-combatente da Força Expedicionária Brasileira, André Ragalzi, hoje com 96 anos, que deu uma aula sobre sua participação e o que representa em sua vida este dia na história do Exército Brasileiro e, principalmente para o Batalhão Carlos Camisão. Sr. Ragalzi disse que é um privilegiado em ter feito parte da Força Expedicionária Brasileira e da história brasileira.

Outro orgulho do veterano é o neto, que seguiu seus passos e hoje é militar. Sargento Ragalzi disse que é uma honra carregar no peito o sobrenome do avô que teve participação importante na Segunda Guerra Mundial. Já avô não escondeu dos presentes a emoção de ver um dos seus, seguir carreira no Exército Brasileiro.

Quem também fez questão de participar das homenagens foi a professora Yolanda Pereira Mendes Borges. Filha do ex-combatente Felipe Mendes se emocionou durante toda cerimônia, e também disse se orgulhar do papel do pai nesta data tão importante.

Um fato que marcou a formatura foi quando anunciado a presença de Sr. André Ragalzi, foi dado um toque parecido com o de Patrono das Armas. Todos os militares se viraram e prestaram continência a ele, do comandante do Batalhão até o soldado. Esse cerimonial é marcado pelo profundo respeito, admiração, já que, para os militares, ex-combatentes como Sr. Ragalzi são verdadeiros heróis.

Tenente-coronel Bogoni também referenciou a presença do Pracinha da FEB, como um herói de guerra. “É um dia de reverenciarmos esses heróis e temos a honra de ter presente um dos combatentes, um herói nacional. Nosso país é carente de heróis, e os poucos que nós temos, não damos o devido valor. E hoje nós temos a honra de estar com um desses heróis presentes, para comemorar essa vitória, ele representou nosso país e nossa Instituição em solo europeu. A nossa honra, o nosso agradecimento, por tudo o que o senhor fez pelo nosso país. É um exemplo de vida”, disse ao combatente da FEB.

O comandante ainda reforçou a importância do dia para o município de Aquidauana. “Hoje é um dia especial, não só para nós do 9º Batalhão de Engenharia de Combate, mas para todos os militares e civis, sobretudo brasileiros, o dia que comemoramos o dia da vitória, dia do qual representou a vitória dos aliados perante o regime nazi-fascista na época da segunda guerra mundial. Uma participação brilhante do Batalhão Carlos Camisão, nessa gloriosa história da Força Expedicionária Brasileira, foi a primeira tropa a entrar em contato com o inimigo em solo europeu. É um dia de reverenciarmos esses heróis”, disse aos presentes.

O troféu do 9º Batalhão de Engenharia de Combate Carlos Camisão

Durante a 2ª Guerra Mundial (1939-1945) o Brasil enviou para a Europa a 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária (1ª DIE/FEB), que combateu as tropas nazi-fascistas na Campanha da Itália (1944-1945), com um efetivo de 25 mil miliares.

A tropa da arma de engenharia que compunha a FEB, foi o 9º Batalhão de Engenharia de Combate oriundo de Aquidauana – MT (atualmente MS), que além de ser a primeira tropa brasileira a realizar missão de combate no teatro de operações italiano, a 06 de setembro de 1944, também foi a única tropa a capturar dos combatentes do Terceiro Reich alemão, uma bandeira nazista.

A bandeira nazista capturada da 148ª Divisão de Infantaria Alemã, no dia 30 de maio de 1945, durante a 2ª Guerra Mundial, por ocasião da Campanha da Itália, na região da Ponte de Scodogna, pelo 2º Sargento de Engenharia Meroveu Abreu Pereira, d0 6º Pelotão, da 2ª Companhia de Engenharia do 9º Batalhão de Engenharia de Combate, atualmente está exposta para visitação pública no Museu Marechal José Machado Lopes, situado no interior 9º BE Cmb, que além do pendão do Terceiro Reich alemão, possui um rico acervo de mais de 2 mil itens, incluindo fotografias da bandeira nazista capturadas, recortes de jornais da chegada das tropas ao Brasil, manchetes noticiando o desfile com a condução do troféu de guerra (a bandeira) em Recife – PB, ocasião em que populares cuspiram e jogaram objetos no pendão nazista.