Com a greve dos caminhoneiros no quinto dia consecutivo nesta sexta-feira (25), o Governo Federal anunciou o uso das Forças Armadas para desobstruir as estradas. Em Mato Grosso do Sul, já são 74 pontos de bloqueio em estradas federais e estaduais, e a greve foi mantida mesmo após o anúncio.

O Sindicam-MS (Sindicato dos Caminhoneiros de Mato Grosso do Sul) afirmou ao Jornal Midiamax que não há obstrução de estradas no estado, o que não justifica uma intervenção. Ainda de acordo com o Jornal, em Mato Grosso do Sul, as pistas estão parcialmente interditadas, ou seja: os caminhões ficam retidos, mas é permitida a passagem de carros de passeio, ônibus, ambulâncias e carretas com carga viva.

“Não tem pista obstruída aqui no estado, estamos parados nos acostamentos, é um local previsto por lei. O que o governo quer é fazer um terrorismo, ele está tomando atitudes radicais e vergonhosas. Nós não carregamos armas e não vamos reagir, vamos resistir”, afirmou o presidente do sindicato Roberto Sinai à reportagem.

O caminhoneiro Wilson Pereira dos Santos participa dos bloqueios na BR-163, em Campo Grande, e disse ao Midiamax que a categoria não irá desistir diante do anúncio.  “Ele [o presidente] já está errado porque nem temos estradas totalmente bloqueadas. Ele está com medo, quer agir com essa autoridade e obrigar a gente a trabalhar com o combustível neste preço? Se isso não for uma ditadura, um regime autoritário, eu não sei o que é”.

Bloqueios aumentam mesmo com proposta

O Governo Federal fez uma proposta e pediu trégua ao movimento dos caminhoneiros na noite da quinta-feira (24). A categoria rejeitou a oferta e afirma que a atitude do governo só estimulou a greve. Até a quinta-feira (24), era 49 pontos de bloqueio em todo o Mato Grosso do Sul e nesta sexta-feira (25) o número já chega a 65 pontos.

“Esta proposta foi uma farsa, a categoria foi excluída da negociação e o Governo negociou com pessoas que não nos representam. Sendo assim, os movimentos aumentaram espontaneamente, em vários municípios a sociedade está saindo às ruas, não só os caminhoneiros”, afirmou o presidente do Sindicam. Sinai ressalta que a categoria só sairá das estradas com a redução do preço do diesel em 30% e 50% no valor dos pedágios.