Um rapaz de 19 anos foi encontrado amarrado em uma casa na noite de quinta-feira (21) e foi salvo pela equipe do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) enquanto era julgado pelo “tribunal do crime”. O caso aconteceu na Rua Alameda do Café, no Bairro São Jorge da Lagoa, em Campo Grande. João Batista dos Santos, 46 anos, Luiz Alberto Ribeiro Pereira, Lucas Romário dos Santos e  Higor Ferdinando de Almeida, foram presos em flagrante e negaram o crime.

De acordo com o site Campo Grande News, o grupo foi localizado após denúncia anônima recebida pelo Bope. Segundo o major Wilmar Fernandes, ao invadir a residência foi constatado que se tratava de um julgamento, pois a vítima com os pés amarrados era ameaçada por um dos integrantes armado com revólver.

Os quatro receberam voz de prisão e vão responder por associação criminosa, cárcere privado e porte ilegal de arma de fogo, explica o delegado plantonista da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) da Vila Piratininga, Rodrigo Camapum.

O grupo negou o crime e alegou que iria apenas usar droga na residência. Indagado, o rapaz disse que não estava sendo ameaçado de morte, porém confessou que os suspeitos queriam bater nele e não quis explicar o motivo. “Todos estão mentindo, inclusive a vítima que foi coagida e está com medo de delatar os suspeitos. A maioria deles tem passagem por tráfico de drogas”, segundo o delegado.

Ainda segundo o site de notícias, o rapaz e um dos suspeitos são do Mato Grosso e vieram para a cidade no fim do ano passado. Eles afirmaram que não se conheciam, porém a polícia não acredita nesta versão. O grupo faz parte de uma facção criminosa, segundo apontou investigação preliminar.

A reportagem apurou que de janeiro até agora, pelo menos seis pessoas foram julgadas e mortas em tribunal do crime conduzido por membros do PCC (Primeiro Comando da Capital). Na semana passada, Mato Grosso do Sul e mais 14 Estados foram alvos de operação da Polícia Civil de São Paulo para desarticular a facção que age dentro e fora dos presídios atuando nos tráficos de armas e drogas.

João Batista, dono da casa, em que acontecia o julgamento 

Os quatro foram presos em flagrante e vão responder por associação criminosa e porte de arma de fogo