A pavimentação asfáltica avança na MS-450, entre os distritos de Piraputanga e Camisão, em Aquidauana, levando esperanças à comunidade local e aos empresários, os quais apostam na chegada da infraestrutura viária, executada pelo Governo do Estado, para alavancar o ecoturismo e gerar empregos. Prejudicada pelo excesso de chuvas nos primeiros meses do ano, a obra de R$ 17,6 milhões beneficia também o distrito de Palmeiras.

Em execução desde agosto do ano passado, o asfalto começa a mudar também uma região de produção agropecuária, onde a dificuldade de acesso em períodos chuvosos prejudicava o desenvolvimento de um dos principais destinos de turismo de contemplação e pesca de Mato Grosso do Sul. A rodovia estadual é classificada como estrada ecológica pela riqueza da biodiversidade em seu entorno, permeada pelo Rio Aquidauana e a Serra de Maracaju.

São 18,5 km em obra, entre Palmeiras e Camisão, com movimentação de máquinas e operários em duas frentes, concluindo a terraplenagem e executando serviços de base composta por brita. No trecho entre Piraputanga e Camisão, de 6,9 km, a empreiteira já implantou 16% (3 km) de capa asfáltica. Estão sendo executadas também obras de drenagem profunda em vários trechos para dar vazão às águas que se movimentam da morraria para o rio.

Investimentos do Estado também contemplaram o trecho final da MS-450, entre Camisão e Aquidauana, de 23 km, com recapeamento asfáltico, reivindicação antiga da população. A pavimentação precária foi substituída por um piso novo, incluindo acesso ao campus da Universidade Estadual de MS (UEMS).

Com 55 km de extensão, do trevo com a BR-262 ao centro de Aquidauana, a MS-450 é o principal acesso aos distritos privilegiados pelos recursos naturais situados no entorno dos paredões de arenito da Serra de Maracaju, que dividem planalto e planície e a antiga Ferrovia Noroeste. O local é muito visitado por pescadores e amantes de esportes radicais, como ciclismo e escaladas, e conta com estrutura de hotéis, pousadas e pesqueiros.

A chegada do asfalto beneficia toda a cadeia produtiva da região, além das comunidades, que se sentiam abandonadas. A dificuldade de acesso era um entrave para expandir o turismo e atrair novos empreendimentos nesse segmento e em outras atividades. A procura por áreas para futuras instalações de empresas no ramo turístico, nos últimos meses, anima quem ali vive e lamenta a perda de um dos principais meios de transporte, o trem de passageiro.

“Vamos construir uma das estradas ecológicas mais belas do Estado e do País”, afirmou o governador Reinaldo Azambuja, ao visitar Piraputanga. Para ele, trata-se de uma obra considerada emblemática, pela beleza e valor ambiental da estrada e sua importância para desencadear o desenvolvimento de uma região de grande potencial para o ecoturismo.

Para o presidente do Conselho de Turismo de Aquidauana, vereador Youssef Saliba, 60, a localidade deve estar preparada para a chegada de novos empreendimentos e aumento do fluxo turístico. “O asfalto, um compromisso do nosso governador, foi o pontapé, mas agora precisamos qualificar os nossos serviços de hotelaria e gastronomia e formatar os atrativos”, observa. Saliba estima que em 10 anos a região será autossuficiente em turismo.

Projetando um novo momento para o destino, a Fundação de Cultura e Turismo de Aquidauana tem como meta a formatação de um roteiro dos empreendimentos prestadores de serviços existentes nos distritos e a implantação da sinalização turística nos principais acessos aos atrativos naturais. A morraria é o habitat de inúmeras espécies de animais e aves, como araras azuis, atraindo adeptos dos esportes de aventura e observação de bichos.

*As informações e foto são do Campo Grande News