O pedido de habeas corpus do pré-candidato a governador André Puccinelli terá uma definição do STJ (Superior Tribunal de Justiça), nesta sexta-feira (27).

De acordo com a assessoria do MDB (Movimento Democrático Brasileiro), o processo está concluso para julgamento, dependendo apenas da manifestação do ministro Humberto Martins.

O ex-governador e pré-candidato André Puccinelli tomou conhecimento do adiamento da decisão e reiterou a orientação ao partido no sentido de que o MDB mantenha toda a programação anterior, para a convenção do dia 4.

Dirigentes do partido confirmaram que não houve qualquer mudança no quadro de aliados, nas chapas de candidatos e nos preparativos que continuam sendo encaminhados.

Apesar da prisão, André expressou o desejo de enfrentar o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e o juiz federal aposentado Odilon de Oliveira (PDT) nas eleições de outubro.

PRISÃO 

O ex-governador, o filho dele, o advogado André Puccinelli Júnior, e o também advogado João Paulo Calves voltaram a ser presos pela Polícia Federal na manhã de sexta-feira (20), em Campo Grande.

Os três são réus por lavagem e desvio de dinheiro e já tinham sido presos pela PF em 2017 na Operação Lama Asfáltica.

Os mandados foram deferidos pela 3ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande a pedido do Ministério Público Federal, com base em uma decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) em maio de 2018, que determinou a prisão de outros oito réus do mesmo caso.

De acordo com a PF, entre as novas provas contra os réus estão repasses da JBS à Ícone. Segundo delator, a JBS pagou R$ 1,2 milhão à empresa de Puccinelli Júnior. A polícia também juntou ao processo análises de materiais apreendidos no Instituto Ícone.

Os três presos e mais outras pessoas são investigadas pela PF por suposta relação com esquema de corrupção e lavagem de dinheiro.

Em abril, o juiz Marcel Henry Batista de Arruda, da 1ª Vara de Direitos Difusos Coletivos e Individuais Homogêneos de Campo Grande, aceitou a denúncia de improbidade administrativa contra o ex-governador e outros quatro, todos investigados na Operação Lama Asfáltica.

Em janeiro deste ano, a 3ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande aceitou denúncia contra o ex-governador e outros 12 acusados de cometerem crimes de estelionato e contra o patrimônio público. Os mesmos citados já tinham sido denunciados pela acusação de recursos públicos e lavagem de dinheiro.

André Puccinelli e o filho tinham sido presos poucos meses antes da denúncia, em novembro de 2017, durante a 5ª fase da operação Lama Asfáltica, chamada de Papiros de Lama, que apura corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo a empresa de cursos jurídicos do advogado Puccinelli Júnior. Eles foram soltos por determinação judicial.

Em janeiro de 2018, a PF indiciou 25 pessoas por lavagem de dinheiro, entre as quais o ex-governador André Puccinelli, o filho dele e a ex-secretária de Educação, Maria Nilene Badeca da Costa. O indiciamento foi relacionado às investigações da Papiros de Lama.

Na época que a Papiros de Lama foi desencadeada, o ex-governador foi apontado como chefe de um esquema de propina existente há mais de 10 anos em Mato Grosso do Sul.

O montante de desvio comprovado, até aquele momento pelas investigações era de R$ 235 milhões, conforme divulgou na época o delegado da Polícia Federal, Cléo Mazzotti.