A Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) emitiu nota nesta sexta-feira, 24 de agosto, na qual lamenta a decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de retirar a proteção policial do juiz federal aposentado Odilon de Oliveira. A entidade vai buscar alternativas junto ao CNJ para a manutenção da escolta policial ao juiz.

“Caso a situação não se reverta junto à PF e ao CNJ, a Fenapef vai convocar policiais federais voluntários para continuar realizando a escolta do Juiz Odilon, pois entende que a medida abre caminho para a vingança de criminosos condenados pelo magistrado, além de deixar margem para interpretações de que o Órgão possa estar sendo vítima de interferências políticas”, informou a Fenapef.

Uma das justificativas do CNJ para retirar a escolta de Odilon de Oliveira é a candidatura dele ao governo de Mato Grosso do Sul nas eleições deste ano, pelo PDT. Conforme o órgão, apenas candidatos à Presidência da República têm direito à proteção da Polícia Federal. A decisão foi tomada em reunião do CNJ na terça-feira passada, dia 21. No mesmo dia, Odilon de Oliveira se manifestou. Ele informou que discordava da medida e que recorreria da decisão do órgão.

A Fenapef lembra que Odilon ficou conhecido pelo combate ao crime organizado, em especial o narcotráfico na região de fronteira com o Paraguai, tendo recebido diversas ameaças de morte ao longo da carreira, motivo pelo qual desde 1998 é escoltado continuamente por agentes da PF. “A Fenapef entende que a candidatura a cargo eletivo não elimina a necessidade demonstrada pelo juiz de receber a escolta policial”, diz na nota.

Para a Federação, o cenário político fortalece movimentos que visam “demonizar” o meio político como um todo, quando a sociedade deveria concentrar esforços para fomentar a representação de pessoas comprometidas com a segurança pública e outras causas urgentes para o país.

A segurança de autoridades no Brasil é responsabilidade do Núcleo de Segurança de Dignitários (NSD) da Polícia Federal, existente nas Superintendências Regionais de Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo. A Fenapef representa mais de 15 mil policiais brasileiros.