Por 2 votos a 1,os desembargadores da 5ª turma do TRF-3 (Tribunal Regional Federal) da Terceira Região (SP), decidiram nesta segunda-feira (03) negar a liberdade ao o ex-governador de Mato Grosso do Sul André Puccinelli (MDB), o filho André Júnior e o advogado João Paulo Calves, presos havia exatos 45 dias, por lavagem de dinheiro oriundo de corrupção.

O trio está preso desde o dia 20 de julho, após a Justiça acatar o pedido do Ministério Público Federal (MPF).

Esse é o terceiro habeas corpus do trio que é negado pela Justiça. Cogitando um possível indeferimento do TRF3, a defesa de João Paulo Calves, o advogado André Borges, disse que a defesa poderia recorrer da decisão no Superior Tribunal de Justiça (STJ) com uma nova peça.

Votaram contra o habeas corpus de Puccinelli os desembargadores federais Maurício Kato e André Nekatschalow. O relator Paulo Fontes votou a favor a soltura do ex-governador do Estado.

Na semana passado o juiz Bruno César da Cunha Teixeira, titular da 3ª Vara Federal Criminal de Campo Grande, que aceitou o pedido de prisão preventiva contra o trio em julho, rejeitou a denúncia do MPF contra os mesmos. De acordo com a decisão do magistrado houve falta de compreensão na peça acusatória, com descrição muito extensa e detalhada, tornando incompreensível o cerne da imputação.

Anteriormente, o trio tentou a liberdade no TRF-3, STJ (Superior Tribunal de Justiça) e desistiu de um recurso ingressado no STF (Superior Tribunal Federal).

Prisão

André Puccinelli, o filho e o advogado foram presos pela criação do Instituto Ícone de Estudos Jurídicos que, para o MPF (Ministério Público Federal), funcionaria para gerenciar dinheiro de propina.

JBS, a principal empresa investigada na Lava Jato, é suspeita de pagar a Puccinelli altas somas em dinheiro. O valor, segundo o MPF, ia para a conta da Ícone, depois era repassado a integrantes do esquema do ex-governador.

Em troca, a JBS era beneficiada com incentivos fiscais. A empresa seria de André Júnior, mas, no papel, quem seria o dono é o advogado João Paulo Calves, o “testa de ferro” da trama, conforme o MPF.