Menos de 24 horas depois de ser sepultado em Dois Irmãos do Buriti, o corpo de Rosilei Potronieli, de 37 anos, foi desenterrado e levado do cemitério da cidade. Ela morreu na madrugada de domingo (10) em um bar de Terenos, depois de ser esfaqueada por um homem, que não teve a identidade revelada. O coveiro acionou a Polícia Civil depois de passar pelo local e ver o túmulo revirado. A perícia foi até a cova para fazer a exumação do caixão e constatou que o corpo de Rosilei já não estava mais lá.

Após investigações, o corpo da vítima foi encontrado enterrado em uma chácara de difícil acesso, perto do aeroporto Santa Maria, na saída para Três Lagoas. Equipe do Corpo de Bombeiros fez a retirada da vítima da cova. A Polícia Civil, em coletiva, disse que José Gomes Rodrigues, ex-amásio de Rosilei, que conviveu com a vítima por quase 20 anos, seria o responsável pelo furto. A informação foi repassada aos investigadores pelo primo do acusado, Edson Maciel Gomes, que ajudou o parente no plano.

Ele participou da elaboração e execução do plano de “resgatar” a amada do cemitério, para cumprir “pacto de amor eterno”, conforme relato de José. Segundo o primo, ele alegou que os dois tinham feito um pacto. Que quem morresse primeiro, buscaria o outro para ficar junto para sempre. Depois do furto, abraçou, chorou e no caminho até aqui ficou o tempo todo conversando com o corpo dela, dizendo que ia amar pela vida toda. Antes de enterrar, ainda lavou os cabelos dela com shampoo. Rosilei Poltronielli foi sepultada pela segunda vez com roupas escolhidas por José.

A versão de amor incondicional de José também cai por terra diante de vários boletins de ocorrência, inclusive de estupro, registrados por Rosilei contra o ex-namorado nos últimos anos. O homem é descrito pela família como alguém obcecado. Até o fechamento desta reportagem, 36 horas depois do furto, a polícia ainda aguardava autorização da Justiça para dar à vítima o 3º sepultamento, na mesma cova em Dois Irmãos, processo necessário já que a 1ª vala foi violada.