O presidente Michel Temer participa da cerimônia de cumprimentos de fim de ano e de almoço em sua homenagem oferecido pelo ministro da Defesa e os comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, no Clube do Exército.

O ex-presidente Michel Temer afirmou que se apresentará “voluntariamente” à Justiça nesta quinta-feira (9). Na quarta, a 1ª Turma do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), em decisão tomada por 2 votos a 1, determinou a revogação dos habeas corpus concedidos no final de março a Temer e a João Baptista Lima Filho, o Coronel Lima, e, com isso, os dois terão que voltar para a prisão preventiva.

“Em primeiro lugar, decisão da Justiça se cumpre. Segundo ponto, claro, eu a considero inteiramente equivocada sob o foco jurídico. Eu sempre sustentei que nessas questões todas não há prova. Para mim, foi uma surpresa desagradável, mas eu amanhã me apresento voluntariamente”, disse Temer a jornalistas na porta da sua casa em São Paulo. “Claro que com muita lamentação. É uma injustiça, não só injustiça, mas uma invericidade” acrescentou.

O ex-presidente ainda acrescentou que irá recorrer da decisão. “Já falei com o advogado, ele apresentará um habeas corpus ao Superior Tribunal de Justiça. Ou seja, vou defender os meus direitos até o fim”, ressaltou. Temer é acusado de chefiar uma organização criminosa – tendo Lima como braço-direito – que teria cometido vários atos de corrupção ao longo de 40 anos em empresas e instituições estatais e recebido R$ 1,8 bilhão em propinas.

O próprio ex-presidente teria recebido, segundo investigadores do Ministério Público Federal (MPF), R$ 1,1 milhão em propina por meio de um contrato da estatal responsável pela construção da usina Angra 3, a Eletronuclear, com a AF Consult, um consórcio do qual a Argeplan, empresa que pertence ao coronel Lima, faz parte. Entre os dias 21 e 25 de março, Temer chegou a ficar preso na sede da superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro, mas foi beneficiado pelo habeas corpus agora derrubado.

Na mesma audiência, o ex-ministro e ex-governador do Rio de Janeiro, Moreira Franco, e os outros cinco acusados pela investigação do MPF tiveram o habeas corpus mantido por decisão unânime. Assim como Temer, todos são acusados pela Lava Jato do Rio pelos crimes de corrupção, peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Os oito réus estão soltos desde 25 de março graças a uma liminar do desembargador Ivan Athié. Relator do caso, Athié votou nesta quarta-feira pela manutenção do habeas corpus de todos os acusados. No entanto, os desembargadores Abel Gomes e Paulo Espírito Santo acompanharam o voto de Athié para apenas seis dos acusados, exceto Temer e Coronel Lima.

Fonte: Veja