A Polícia Federal com apoio da Polícia Militar iniciou ações atacando núcleos do tráfico de drogas na Reserva Indígena de Dourados, sendo a primeira fase desencadeada na última sexta-feira (4). Na operação denominada “Tekohá II” (lugar físico) foram apreendidas rogas como maconha e crack, balança de precisão, munições, além de armas de fogo como espingardas e uma garrucha.

Uma pessoa foi presa e autuada por posse ilegal de arma. A operação envolveu 77 policiais federais, 20 PMs e quatro cães farejadores. Sendo todo o trabalho coordenado pelo Setor de Operações da Polícia Federal.

Em coletiva com a imprensa, os delegados federais, Leonardo de Souza e Marcelo Henrique de Araújo, além do coronel PM Carlos Silva, relataram que o combate ao tráfico na Reserva Indígena deve ocorrer de forma integrada entre as forças policiais tenho em vista o grau de dificuldade maior nas investigações e prisões.

Isto porque, segundo eles, além de funcionar através do tráfico “formiguinha” – aquele em que o traficante vende em pequenas quantidades e o flagrante nem sempre caracteriza tráfico e sim uso -, a atuação dos policiais na Reserva é mais complicada devido às características físicas dos agentes, que por não serem indígenas e facilmente são reconhecidos pelas organizações criminosas.

Para dar agilidade aos trabalhos, a Operação dividiu a reserva em nove regiões. Em quatro delas, as apreensões ocorreram em residências. Em outras cinco, os núcleos eram maiores e compostos também por casas de parentes do alvo principal investigado, que também auxiliam na comercialização destes entorpecentes.

“Geralmente nestas áreas maiores, eles costumam ter bares que são as formas utilizadas para a comercialização de entorpecentes. Também foi relatado por indígenas de que são nestes locais em que o comprador chega para adquirir o produto e também para comercializar drogas”, destaca o delegado Leonardo, observando que a bebida alcoólica ainda é o maior fator causador de violência nas reservas, porém venda e consumo são legalizados.

Segundo o delegado, a operação atendeu a um pedido da própria comunidade indígena. Conforme ele, alguns dos envolvidos na “Tekohá I” foram novamente alvos da segunda fase da operação. Ninguém foi preso por tráfico porque a quantidade de droga apreendida caracterizou consumo. “Temos que ressaltar o efeito pedagógico que a operação causa porque ela inibe o tráfico e consequentemente a violência”, destacou.

PM NA ALDEIA

O coronel Carlos Silva adiantou que a Polícia Militar atuará ostensivamente na Reserva Indígena de Dourados, conforme tratativas que ocorrem entre o governo do Estado e União. O objetivo é coibir todo o tipo de criminalidade utilizando todas as forças de segurança. “Estas pequenas apreensões de drogas, como ocorrem na Reserva, previne crimes como furtos, roubos, homicídio e as agressões”. Concluiu o comandante.

A PM aguarda apenas a oficialização de um convênio entre a União e Estado que garantirá novas viaturas e aulas de cultura indígena aos policiais para iniciar os trabalhos.

Rede social

A divulgação do resultado da operação e a informação da Polícia Militar passar a atuar na Reserva provocaram diferentes manifestações nas redes sociais. Internautas de Dourados e região e até de outros pontos do País se manifestaram contra ou a favor.

Um dos internautas, Valdivino de Souza, postou “Não dá pra entender, brancos não podem e não devem entrar nas aldeias certo???, quem está cometendo crimes por lá são indígenas certo??, a PM não tem poder de atuar em aldeias por se tratar de terras e situações federais certo????, indígenas são praticamente intocáveis, vide casos de policiais assassinados por eles dentro de uma aldeia e até o momento estão todos livres, portanto pra que reivindicar polícia por lá, pra serem assassinados???, para qualquer ocorrência os policias serem denunciados e a OAB, CIMI, Imprensa caírem de pau em cima e botar policiais na cadeia???. Divulgado conforme o original da postagem.