por Jhoseff Bulhões

O exército de Israel acusou nesta sexta-feira (16) um grupo de palestinos de atear fogo ao túmulo do Patriarca José, na cidade de Nablus, norte da Cisjordânia.

O túmulo é venerado há séculos por cristãos, judeus e muçulmanos. De acordo com o Velho Testamento, José era o filho preferido de Jacó, fruto da união com Raquel, que era estéril.

De acordo com Israel, o atentado ocorreu “ao longo da noite” e foi contido pelas forças oficiais palestinas. “Forças palestinas chegaram ao local, extinguiram as chamas e dispersaram os autores do incêndio. O Exército israelense fará as reparações necessárias para permitir aos fiéis visitarem o lugar sagrado”, diz um comunicado militar.

O porta-voz do Exército, Peter Lerner, acrescentou que “a queima e a profanação do túmulo de José é uma flagrante violação e uma contradição do valor básico da liberdade de culto”.

O incidente, se confirmada a autoria, pode levar o Exército israelense de volta ao território, longe da região desde o início da Segunda Intifada (em setembro de 2000), quando o território ficou sob responsabilidade da Autoridade Nacional Palestina (ANP).

De acordo com o jornal Haaretz, centenas de jovens palestinos colocaram materiais inflamáveis no túmulo e lançaram coquetéis-molotov. Trata-se do primeiro incidente violento da “sexta-feira da revolta”, organizada por palestinos para que a população se manifeste e crie distúrbios.

A região enfrenta uma onda de violência há 15 dias que já resultou na morte de 33 palestinos e sete israelenses. Essa onda de violência tem aumentado o receio de um terceiro levante popular palestino, depois dos de 1987-1993 e 2000-2005, que causaram milhares de mortos.

O Conselho de Segurança da ONU vai se reunir ainda hoje em caráter emergencial para discutir a violência na região. (Com informações da Agência Brasil)

Foto: Twitter/Reprodução/Peter Lerner