por Jhoseff Bulhões
Após policial sofrer agressão por preso da carceragem da delegacia em Itaquiraí, o Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul (Sinpol) cria movimento para reverter o excesso de presos em celas de delegacias do Estado. No último sábado (21), o policial civil Arlei Marcelo Farias (38) foi rendido, agredido e ferido por detento enquanto entregava alimentação aos presos. Farias foi agredido na cabeça com uma barra de ferro serrada de uma das celas onde estão recolhidos vários presos.
De acordo com o presidente do Sindicato, Giancarlo Corrêa, são 49 delegacias no Estado com uma demanda de 900 presos alojados em celas, cuja capacidade seria de 200 presos, o que não acontece no dia-a-dia. “Estamos trabalhando para reduzir esse número, para que esse problema saia da Polícia Civil, para que os policiais possam investigar os crimes. Com isso iremos combater a criminalidade”, avaliou o presidente.
A principal reivindicação dos sindicalistas é a questão das condições de trabalho, segurança e pedem mais policiamento. Eles querem que a administração adote plantões com pelo menos mais três policiais, hoje, na maioria das vezes no estado existe apenas um policial por delegacia no Estado. “Há uma promessa, para o fim da custodia nas delegacias, enquanto isso não ocorre, que coloquem pelo menos três policiais por plantão. Essa é nossa solicitação, esperamos que o governo nos atenda, pelos menos coloque segurança nos locais”, comenta.
O presidente lembra que caso a categoria não seja atendida pelo governo, uma assembleia será convocada para discutir a questão das chaves das celas de delegacias e as condições das carceragens. “Não vamos mais suportar essa situação, nossos policiais estão à mercê de 20 ou 30 presos em delegacias. O policial ao invés de estar investigando, monitorando e fazendo campanhas, está nas delegacias cuidando dos presos.
É uma luta constante do Sindicato essa questão da custodia de presos em delegacias. Nós já fizemos várias audiências públicas, fizemos várias denuncias. Nossas delegacias estão lotadas, nossos policiais estão correndo risco de vida”, explicou Paulo Queiros, vice-presidente do Sindicato.
Em MS, a maioria das celas não oferece condições e estrutura para atender os presos. Só este ano foi registrado sete tentativas de fugas e rebelião em delegacias. A denuncia foi encaminhado para Delegacia Geral de Polícia Civil e também para Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública (Sejusp). Os sindicalistas se reúnem no dia 12 de dezembro para discutir sobre a custodia e as condições de segurança da categoria.
Diretoria
A Delegacia Geral de Polícia Civil – DGPC, informou na tarde desta segunda-feira (23) que com relação a falta de policiais, o problema está sendo solucionado. O delegado Sidnei Alberto, assessor de comunicação da DGPC, detalhou que exatamente nesta segunda-feira 191 novos policiais foram empossados e receberam armamento na diretoria.
De acordo com o delegado, nenhum dos policiais ficará na Capital, todos estão sendo lotados em delegacias do interior. Quanto a manutenção de presos nas delegacias, Sidnei Alberto lembra que eles são presos do judiciário custodiados pela polícia. Afirmou ainda que a Justiça está a par do problema só ela pode transferir, remover presos, sendo o próprio judiciário quem determina a permanência de presos em delegacias.
Foto: Warren Nabuco