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O dólar sobe mais de 1% com investidores cautelosos em meio ao cenário ainda nebuloso na política brasileira, com aviso de possível rebaixamento da nota soberana pela Moody’s e agravado pela ameaça da saída do ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

“Agentes locais ainda tentam digerir o alerta para um novo rebaixamento do rating do país e a novidade do dia fica por conta da ameaça do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que teria dito que ‘está fora’, se o Congresso zerar a meta fiscal de 2016”, afirma Guilherme França Esquelbek, operador da Correparti Corretora.

Segundo a Folha de S.Paulo , Levy sinalizou mais uma vez que não deve permanecer no governo se não for aprovada para 2016 uma meta de superávit primário de 0,7% do PIB. No entanto, parlamentares da base aliada e uma ala do governo defendem a proposta de zerar a meta fiscal.

Essa discussão preocupa especialmente após a Moody’s avisar que revisará a nota soberana do país em três meses. De olho nisso, o Ministério da Fazenda soltou uma nota dizendo que “a agência aguardará os desdobramentos da proposta orçamentária de 2016 para conduzir exercícios sobre a trajetória de endividamento”.

Neste cenário, a SulAmerica Investimentos avalia que a cautela deve prevalecer. “Investidores devem preferir esperar pelos dados chineses, que serão conhecidos neste final de semana, como também observar os desdobramentos de novos eventos políticos para definir um posicionamento para a próxima semana”, afirma a SulAmerica, em relatório.

Na madrugada de sábado (horário de Brasília), serão divulgados dados de vendas no varejo, produção industrial e investimentos em ativos fixos urbanos na China.

“A percepção de risco crescente deve privilegiar posições defensivas como regra nas operações de hoje”, acrescenta a SulAmerica.

Neste contexto, às 9h42, o dólar à vista tinha alta de 0,96%, cotado a R$ 3,8455. A moeda oscilou entre a mínima de R$ 3,8662 e a máxima de R$ 3,8054.

Foto: Pixabay/O Financista