Com agências/AN

CARA MARIE
A Polícia do estado de Goiás confirmou a morte de Mohammed d’Ali Carvalho dos Santos, interno da Penitenciária Odenir Guimarães (POG), no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. Ele cumpria pena de 21 anos pelo assassinato e esquartejamento da estudante inglesa Cara Marie Burke, crime ocorrido em 2008, que teve repercussão mundial, devido à brutalidade.

Agentes carcerários encontraram Mohammed d’Ali agonizando na manhã desta quinta-feira (11) na cela 1 da Ala A, da POG. Ele morreu por volta das 9 horas. Ele sentiu-se mal e foi atendido pelo serviço de saúde da unidade prisional, mas não resistiu, segundo a administração do presídio.

Por meio de nota, a POG informou que instaurou sindicância para apurar as circunstâncias da morte do detento. A investigação do caso está a cargo da Polícia Civil, ainda segundo o comunicado oficial. O preso teria sofrido uma overdose, o que não foi confirmado pela assessoria da POG.

Em 2012, a defesa de Mohammed chegou a pedir a redução da pena alegando que ele era dependente químico e que praticou o crime porque sofria de transtorno misto de personalidade. O pedido da defesa foi negado pelo Tribunal de Justiça de Goiás.

Cenas macabras

Então com 20 anos, Mohammed d’Ali matou Cara Marie Burke, que tinha 17 anos e morava em Goiânia, em 26 de julho de 2008, em um apartamento do Setor Leste Universitário, na capital do estado. Ele usou uma faca para tirar a vida da namorada.

Com a mesma arma, esquartejou o corpo dela e ainda permaneceu no imóvel por um dia, com os restos mortais de Cara, que estavam em um saco de lixo plástico, no banheiro, onde ele se lavou.

Na tentativa de ocultar o crime, Mohammed separou as partes do corpo da vítima. Colocou o tronco em uma mala de viagem e a jogou às margens do Rio Meia Ponte, em Goiânia. Cabeça, braços e pernas foram colocados em outra mala e jogados no Córrego Sozinha, entre os municípios de Leopoldo de Bulhões e Bela Vista de Goiás, na Região Metropolitana de Goiânia.

A investigação concluiu que Mohammed decidiu cometer o crime porque queria que Cara se casasse com ele. O jovem queria ter a cidadania inglesa. A mãe dele morava na Grã-Bretanha, à época do crime. A justiça goiana condenou Mohammed d’Ali, em 14 de maio de 2009, a cumprir pena de 21 anos de prisão pelo assassinato, esquartejamento e ocultação do cadáver da vítima.