O crescimento das grandes cidades e  a forma rápida como elas se transformam em grandes metrópoles são temas que rendem discussões por diversas áreas, dentre elas, nos deparamos com o crescimento desenfreado do trânsito, que também gera  na mesma velocidade   problemas tão conhecidos como, congestionamentos e lentidão no trânsito, que muitas vezes acabam em registros de novos acidentes, muitos deles fatais.
De acordo com dados do CNI (Confederação Nacional da Indústria), o Brasil tem um frota de  mais de 160 milhões de veículos, que circulam diariamente pelo país. Segundo dados do Departamento Estadual de Trânsito (DETRAN-MS), Mato Grosso do Sul em 2014 tinha uma frota total de veículos de 1.316.028, o número aumentou no ano passado para 1.339.439, sendo 510.884 registros só na capital.
Outro dado importante é o número da frota de veículos com menos de cinco anos de fabricação e mais de cinco anos de fabricação.  No Estado em 2015 foram registrados, 440.754 veículos com menos de cinco anos de fabricação e, 898.685 com mais de cinco.  Os números demonstram que, quase a metade da frota que circula possui mais de cinco anos de fabricação. Até nenhuma novidade, já que com a crise econômica comprar carros zero não foi uma opção, para a maioria dos brasileiros. Entretanto, queremos chamar a atenção para um assunto especifico, a circulação de carros antigos, no trânsito da capital. Afinal, quem já não encontrou uma relíquia pelo trânsito da cidade? Será que eles atrapalham a circulação do trânsito? Ou você que costuma andar numa velocidade superior à permitida?  São questões de devem ser analisadas.
O fato é que a frota de veículo continua crescendo  e transformando o trânsito num caos. Especialistas apontam que a solução para acabar com os acidentes no trânsito além de educação, é apostar em outros meios de transporte como, por exemplo, o uso de bicicletas. Utilizar mais o transporte público urbano também seria uma opção, se a qualidade fosse melhorada, infelizmente não é a nossa realidade.  Mas vamos voltar para o assunto principal, os “velhos carros” que circulam pela cidade. Muitas pessoas se sentem incomodadas quando encontram um veículo muito antigo pela frente, por achar que a sua velocidade vai ser muito inferior à normal, ou que suas condições de conservação são muito ruins. “Nossa, muitas vezes eu encontrei no trânsito carros que não poderiam estar circulando, tipo se encostar  na lataria pode cair, sabe! Deveria existir uma lei para tirar esses carros de circulação”! Defende a contadora Marilu da Silva.
Bom, para essas pessoas a dica é respirar fundo e continuar seu trajeto, já que a lei não determina uma idade máxima de circulação de veículos e o que determina se ele pode ou não circular são suas condições gerais, que são avaliadas pelo DETRAN durante as vistorias regulares.  No caso que retrata Marilu, o carro deve estar trafegando irregular, pois não seria aprovado nas inspeções regulares.
“O que vai determinar se um carro está ou não apto para circular no trânsito são suas condições gerais, que são analisadas nas vistorias anuais obrigatórias. Por isso, por mais que as pessoas não gostem, elas são muito importantes”, diz o Diretor de Registro e Controle de Veículos do DETRAN/MS, Agrícola Pedroso da Rosa Filho.
Nas vistorias são exigidos itens obrigatórios de segurança. Para atividades remuneradas, como por exemplo, frota de ônibus os critérios são mais rígidos e para essa categoria a frota pode ter sim, um tempo limite de vida. “As atividades que envolvem transporte de passageiro tem uma vistoria mais rígida e em tese, os veículos dessas frotas são substituídos por novos num tempo menor”, explicou o diretor.
Para Pedroso, não se pode avaliar as condições do carro somente pela idade que ele tem. “Nós temos como exemplo os veículos de colecionadores, que muitas vezes estão em melhores condições que carros mais novos, só esse critério não basta”, conclui.
Segundo especialistas da área de trânsito, existe há muitos anos a expectativa que uma resolução do Contran (Conselho Nacional de Trânsito), entre vigor. Por essa resolução seria obrigatória uma vistoria muito mais ampla nos veículos para permitir sua circulação, chamada ITV (Inspeção Técnica veicular). Entretanto, essa resolução não foi colada em vigor pelo Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN).
Entre os itens avaliados na inspeção obrigatória hoje estão a verificação do Chassi, motor, equipamentos obrigatórios de segurança, legitimidade de propriedade e autenticidade documental. As avaliações ocorrem anualmente, vale lembrar que o veículo que está irregular de alguma forma, pode ser apreendido a qualquer momento no trânsito.
Além disso, os proprietários devem ficar alerta quando pensarem em fazer qualquer mudança no veículo. Muitas pessoas desconhecem, mas para fazer qualquer alteração no carro é preciso autorização do DETRAN. “As pessoas acham que porque são proprietários podem mudar qualquer coisa, modelo de farol, colocar um pneu diferente, mas não é assim! Qualquer alteração precisa ser informada para o DETRAN, que vai dizer se é possível ser regularizada dentro das normas”! Explicou Rui Barbosa de Souza (Divisão de Controle de Veículos).
Para o diretor, o que vale sempre no trânsito além de seguir as regras e leis é o bom senso, na sua avaliação carros antigos não são os grandes responsáveis pelos acidentes no trânsito.
“Você não pode desejar que um carro antigo alcance uma velocidade superior e deve analisar, se não é você que está querendo andar de forma irregular, acima da velocidade! Finaliza.