A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) realiza reunião deliberativa com 14 itens. Entre eles, PLS 65/2012, que reduz a 3% alíquota do ISS sobre turismo rural e PLS 252/2011, que cria programa de microdestilarias de álcool e biocombustíveis.Em pronunciamento, presidente da CAE, senador Delcídio Amaral (PT-MS).Foto: Foto: Geraldo Magela /Agência Senado

O senador Delcídio Amaral (PT-MS) citou colegas de Senado em acordo de delação premiada. Entre eles estão o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), e Aécio Neves (PSDB-MG), principal nome da oposição e candidato derrotado nas eleições de 2014. A delação faz crescer na oposição a pressão pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff que também já sente reflexos negativos e tenta minimizar o episódio em entrevistas veiculadas.

Segundo a Folha de São Paulo, Delcídio fez referências a integrantes das cúpulas de PMDB, PSDB e PT. A reportagem não teve acesso ao contexto do suposto envolvimento desses políticos. Entre os nomes citados pelo senador estão parlamentares que já são investigados em inquéritos da Lava Jato no STF (Supremo tribunal Federal), como o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), Edison Lobão (PMDB-MA), Romero Jucá (PMDB-RR) e Valdir Raupp (PMDB-RO).

Delcídio também fez referências ao senador Aécio Neves (MG). O presidente do PSDB já foi citado pelo doleiro Alberto Yousseff e pelo transportador de valores Carlos Alexandre Rocha, o Ceará, mas ambos os procedimentos com menções ao tucano foram arquivados. A simples menção feita pelo senador petista não indica que os citados cometeram crimes ou que serão investigados.

Para instaura inquérito, os investigadores da Lava Jato agora vão analisar se os fatos atribuídos aos senadores têm indícios mínimos para justificar o pedido. A citação a Renan, por exemplo, teria sido lateral. O presidente do Senado é alvo de seis inquéritos que apuram sua suposta ligação com os desvios da Petrobras.

REPERCUSSÃO

A assessoria de Aécio Neves afirmou que não iria comentar a citação pela falta de “informação concreta” sobre o envolvimento do senador com Delcídio. Valdir Raupp afirmou que recebe com “estranheza” a informação de que teria sido citado. “Eu nunca tive uma relação mais próxima com Delcídio. Minha relação com ele sempre foi muito republicana”, disse.

Na semana passada, a revista “IstoÉ” revelou trechos da colaboração do petista nos quais ele implica Dilma e o ex-presidente Lula, que negam ilegalidades. A delação de Delcídio ainda está na Procuradoria-Geral da República aguardando um ajuste solicitado pelo ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato.