Maria Aparecida Amarilha Scardin, mãe das campo-grandenses Amarília Maruyama Kimberli Akemi (27) e Michele Maruyama (29), mortas no dia 31 de dezembro do ano passado no Japão, chegou nesta segunda-feira (21), a Campo Grande trazendo apenas as cinzas das filhas, pois o governo japonês não permitiu que trouxesse as netas, atualmente sob guarda do governo.

Maria Aparecida permaneceu 75 dias em território japonês sem que o governo ao menos permitisse ver as netas de três e cinco anos. “Não consegui visitá-las, o governo me proibiu. Eles (governo) exigiram um documento de guarda para que eu possa trazê-las de volta ao país”, explica.

Maria Aparecida afirma que a luta agora será para obter do governo brasileiro o documento que a autoriza a trazer as netas e promete, “Se não conseguir vou apelar para a ONU (Organização das Nações Unidas)”. Outro lamento da mãe das vítimas, é que o suposto autor dos crimes, o peruano marido de Akemi, até o momento não teria sido indiciado pelos crimes e estaria preso apenas por dirigir embriagado e pela polícia ter encontrado em seu apartamento um videogame de uma das irmãs.

“A sensação é de impotência diante de tudo, principalmente, por ter de deixar as meninas lá (Japão)”, afirma. Na última sexta-feira Maria prestou depoimento às autoridades japonesas, depois de ter informações por amigas de suas filhas, que o sogro de Akemi, teria falado para o filho atear fogo no apartamento para não deixar provas. Maria Aparecida Scardin pretende fazer um velório para as filhas antes de levantar um monumento em homenagem às irmãs junto à lápide de outro filho.

Ainda no Aeroporto Internacional ao desembarcar em Campo Grande Maria reiterou sua luta para trazer as netas. “abrigo é para proteger a crianças, mas o lugar delas é com a família” diz Maria, que agora terá que correr contra o tempo porque quer buscar suas netas o mais rápido possível e conta com a ajuda do governo brasileiro.

Apesar das dores, ela agradece a Deus por ter colocado boas pessoas na vida dela, diz que nada lhe faltou enquanto esteve no Japão, brasileiros se solidarizaram e a ajudaram com muitas coisas, agora quer viver um dia de cada vez.

Barbarsimo

Amarilia Maruyama Kimberli Akemi foi assassinada na cidade japonesa de Handa, no dia 31 de dezembro. Ela teria sido estrangulada, e o local incendiado posteriormente. A outra mulher ainda não foi identificada oficialmente, mas a polícia suspeita que seja a irmã de Akemi, Michele Maruyama.

Peritos definiram que os corpos eram de duas mulheres e que as mortes foram causadas por estrangulamento, e posteriormente o apartamento foi incendiado com gasolina. A polícia encontrou um galão de gasolina praticamente vazio deixado sobre a pia da cozinha.

O peruano marido de Akemi, é investigado como suspeito do crime e  foi detido no dia do incêndio, quando dirigia um veículo acompanhado das duas filhas de Akemi, de 3 e 5 anos de idade.  Testemunhas afirmam ter visto uma pessoa parecida com o peruano perto do local do crime e também retirando objetos de um carro estacionado no local, mas mesmo assim ele ainda não estaria respondendo pelo duplo assassinato.