Depois de muitas idas e vindas, finalmente deve ser dada a autorização para o início da reforma do estádio Morenão. O reitor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Marcelo Augusto Santos Turine, deve receber representantes da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS) nesta quinta-feira para a assinatura do acordo de cooperação técnica, na sede da reitoria, em Campo Grande. Na prática, a federação será liberada para executar os serviços de adequação no estádio. A assinatura estava marcada para a última sexta-feira, mas por falta de alguns documentos por parte da FFMS, precisou ser adiada.

Segundo a federação, a reforma deve durar 30 dias e vai consumir R$ 150 mil. Entre os itens de segurança que o Morenão deve receber, estão a instalação de corrimãos nas escadarias e a elevação a altura dos guarda-corpos nas muretas. Depois das obras, o trabalho será obter os laudos exigidos por lei para a reabertura do estádio – Corpo de Bombeiros, Vigilância Sanitária, engenharia e Polícia Militar. A FFMS espera disponibilizar para o público cerca de 4 mil cadeiras e 12 mil lugares na arquibancada coberta depois da reforma.

Entenda a cronologia da “Novela Morenão”

Setembro de 2014
> Faltando dois dias para a rodada de abertura da Segundona Estadual, o Ministério Público Estadual (MPE) vetou o Morenão para jogos profissionais. A alegação: o estádio colocava em risco a segurança dos torcedores

Julho de 2015
> A FFMS anuncia uma força-tarefa para tentar liberar o Morenão. A entidade determina a realização de estudos para apontar soluções aos problemas apontados pelo MPE

> Um grupo chamado “Mutirão Pró-Futebol” promove um abraço simbólico ao Morenão e pede transparência e modernização na gestão do futebol sul-mato-grossense

> O engenheiro Carlos Portugal, responsável pela primeira reforma no Morenão em 1972, constata que não há problemas com a marquise do estádio

Novembro de 2015
> O Governo do Estado entra na jogada e admite o interesse de trabalhar pela reforma do Morenão.

Fevereiro de 2016
> A pretensão do governo era entregar o estádio parcialmente liberado para o Campeonato Sul-Mato-Grossense, mas a burocracia prejudicou o início das obras

Março de 2016
> Um relatório da CBF detona o estádio Morenão. O documento aponta inúmeros problemas nas arquibancadas, gramado péssimo e falta de acessibilidade. A entidade não recomenda o uso do estádio

Outubro de 2016
> Um acordo selado entre governo, FFMS e UFMS prevê que as obras no Morenão comecem no dia 3 de novembro. O investimento será de R$ 150 mil

3 de novembro de 2016
> Apesar do acordo, a UFMS não autorizou que a FFMS começasse a reforma na data prevista. Como a universidade estava em troca de comando naquela semana, a assinatura do documento ficou para o novo reitor

25 de novembro de 2016
> O reitor da UFMS chamou representantes da FFMS para assinatura do acordo, mas problemas burocráticos fizeram com que o evento fosse adiado

Mais problemas
Não é só a arquibancada que merece atenção. O campo de jogo também necessita de cuidados. O gramado terá de ser revitalizado, e as marcações terão de ser refeitas de acordo com o padrão Fifa (105 x 68 metros). Outra adequação necessária é com relação às traves, que estão fora da medida correta (7,32 x 2,44 metros). Além disso, a falta de irrigação compromete a qualidade do gramado a longo prazo.

O estádio Morenão está fechado para o esporte desde setembro de 2014, devido a uma recomendação do Ministério Público estadual. Em outubro, um acordo entre Governo do Estado, FFMS e UFMS permitiu que o estádio recebesse reformas visando sua liberação para o Campeonato Sul-Mato-Grossense em 2017.