Lembra esta história? Uma norte-americana dormia quando seu iPhone 7 Plus começou a fumegar bem perto de sua cabeça, no criado-mudo. O namorado viu, levou o aparelho para o banheiro e filmou o celular derretendo. Os casos envolvendo as baterias explosivas da linha Galaxy da Samsung também foram numerosos, inclusive com algumas queimaduras

Histórias assim deveriam assustar quem deixa o smartphone carregando noite adentro, muitas vezes perto da cabeça. Mas quem nunca mandou mensagem para o crush e dormiu esperando a resposta? Quem nunca usou o celular como despertador e deixou ali do lado do travesseiro?

Então, fica a dica: Parem de dormir agarrados no celular.

Os riscos são moderados, mas existem, explica John Paul Hempel Lima, professor de engenharia elétrica e biomédica da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo).

Como todo aparelho que funciona com eletricidade, smartphones devem ser manuseados em condições que não favoreçam o sobreaquecimento. Ou seja, nada de deixar perto de travesseiros, cobertores ou outros objetos que funcionem como isolantes térmicos.

Quando o celular carrega, ocorre um processo eletroquímico que leva o aparelho a uma reação exotérmica, gerando calor no seu exterior. A fabricante não projeta o aparelho para ficar debaixo de cobertor, então fazer isso pode aumentar as chances de acontecer alguma coisa”

“É claro que falamos de uma porcentagem muito pequena dos casos. Tanto é que muitos fazem isso e não acontece nada. Ainda assim, não é recomendável”, completa.

E o cuidado vale também para os notebooks. Nunca cubra as ventoinhas que esfriam o dispositivo –elas costumam ficar na parte de trás ou de baixo dele. “Até TVs e rádio-relógios estão sujeitos a isso”, diz o professor.

O problema, claro, também pode estar na fabricação das baterias, como foi o caso do Galaxy Note 7. Por isso, é melhor se prevenir e evitar deixar qualquer aparelho no criado-mudo ou local perto do seu corpo enquanto você dorme.

Se for muito importante para você deixar o celular perto da cama, tome alguns cuidados como não deixar muitas coisas perto do aparelho e garantir uma distância mínima das paredes ou do chão.

A radiação faz mal?

Existem muitas especulações sobre a emissão de radiação por celulares, mas a verdade é que nenhum estudo conseguiu comprovar, por exemplo, se celular dá câncer, como já foi alardeado no passado.

O professor da PUC explica que, como ele funciona com frequências similares a de um forno micro-ondas, seu uso prolongado perto da cabeça (como em uma ligação longa) pode aquecer a água na região e deixá-la temporariamente mais quente. Mas, em tese, isso não seria nada grave.

Como os celulares à noite entram em modo standby, a transmissão de frequências é muito menor que em seu uso diário, então nesse sentido não haveria riscos para o usuário. (Uol)