Na manhã desta quinta-feira (30), a comandante do 1° Subgrupamento do Corpo de Bombeiros de Aquidauana, Major Geísa Maria Rodrigues Ferreira Romero, falou à imprensa sobre procedimentos futuros e encerramento das buscas ostensivas à menina Laura Freitas, 11 anos, que desapareceu no rio Aquidauana após cair do barco que estava com o padrasto, no dia 17 de março.

Segundo a comandante, pelo protocolo oficial são sete dias de buscas, mas no caso de Laura, em específico, se estendeu por mais sete, com todo efetivo do quartel envolvido. “Vamos finalizar com quinze dias de buscas no rio Aquidauana, uma atribuição do Corpo de Bombeiros, mas que foi complementada com o relevante apoio do 9° Batalhão de Engenharia de Combate Carlos Camisão e também da Marinha do Brasil. Praticamente 12 horas de trabalho intensivo por parte de todos os militares, bombeiros que em seu dia de folga se colocaram no lugar desses pais e se apresentaram voluntariamente para ajudar nas buscas. São 20 anos dessa unidade dos Bombeiros no município, são 20 anos de experiência nessas ocorrências”, disse em entrevista. Geísa reforçou que as duas forças militares estarão à disposição do Corpo de Bombeiros caso haja necessidade.

A partir do 16° dia, haverá uma estratégia para que se continue os trabalhos. Marinha e Exército não estarão mais no rio, mas o Corpo de Bombeiros continuará, que tem obrigação constitucional para esse tipo de missão, estendendo as atividades da seguinte maneira: as equipes irão para o rio de forma periódica, não será mais uma trabalho de 12 horas, inclusive orientando os ribeirinhos e turistas que ficam às margens do Aquidauana e também o serviço 193, já que terá uma equipe de sobreaviso 24 horas para atender qualquer suspeita de possível localização de Laura. A comandante da unidade não descarta a possibilidade de não ter êxito nas buscas. “Não temos como precisar quantos dias serão necessários para encontrar a menina, e infelizmente temos que considerar a possibilidade de não encontrar. Em outras buscas, no terceiro ou quarto dia, sempre encontramos, teve apenas uma situação no rio Aquidauana em que a vítima não foi encontrada e um outro caso que no trigésimo primeiro dia uma outra vítima de afogamento foi encontrada”, ressaltou.

Major Geísa foi categórica ao falar do trabalho da corporação no caso. “Tudo que foi possível nós nos empenhamos, fomos até além. Caso tivesse a necessidade, Campo Grande sempre esteve à disposição, mas nosso Subgrupamento tem todo aparato de material, equipamento e de profissionais, não houve necessidade de acionar outro quartel dos bombeiros, não nos faltou e não nos falta nada para esse tipo de atendimento. Jamais nossos militares fizeram corpo mole em relação as buscas por Laura, pois esse é o nosso compromisso com a família, nos colocamos no lugar desses pais, dos amigos, a dor desses familiares é a nossa dor, só nós sabemos do trabalho árduo desses bombeiros, de chegarem aqui exaustos, almoçando dentro do barco ou depois das 15 horas da tarde, e isso eu estendo aos militares do Exército, estamos nos empenhando e muito, indo além do que manda o protocolo oficial, este é um quartel de homens e mulheres sérios, ninguém está aqui de brincadeira, nosso compromisso é atender a todos, sempre foi e continuará sendo”, finalizou.

A Marinha do Brasil – Capitania Fluvial do Pantanal, em Corumbá, abriu inquérito administrativo para apurar as circunstâncias do acidente. As conclusões serão repassadas para a Polícia Civil para abertura de inquérito policial, que está no caso fazendo investigação, já que as circunstâncias do acidente não estão claras.