Temer evitou dar declarações públicas em defesa da presidente

Em breve pronunciamento feito na tarde desta quinta-feira (18), no Palácio do Planalto, o presidente Michel Temer (PMDB) afirmou categoricamente que não renunciará ao cargo.

A fala de Temer durou apenas 10 minutos e diferente do que revelavam informações de bastidores, o presidente não abriu mão do cargo. “Não renunciarei, repito, não renunciarei”. Ao afirmar que não deixaria a presidência, Michel foi aplaudido por alguns aliados que acompanharam o pronunciamento.

O presidente negou que “comprou silêncio” do ex-deputado federal Eduardo Cunha e que as infomações que constam na delação de Joesley Batista, dono da JBS, tomam proporção ainda “não dimensionada”. Temer ressaltou que o esforço dos últimos meses para deixar a recessão de lado e retomar o crescimento da economia do Brasil pode se tornar “esforço inútil”.

“Não comprei o silêncio de ninguém porque não temo nenhuma delação. Não preciso de cargo público, nem de foro, nada tenho a esconder, sempre honrei meu nome”, disse ressaltando, ainda, que as gravações seriam clandestinas.

Em dois dias, Temer enfrentou a maior crise de seu governo desde que assumiu o comando do país, em agosto do ano passado, após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Desde ontem, o presidente estava decidido em não renunciar e repetia a políticos integrantes de seu governo que não iria cair. Nesta tarde, no entanto, o ministro Edson Fachin do STF (Supremo Tribunal Federal) aprovou abertura de inquérito contra Temer, a pedido da Procuradoria-Geral da República.

A delação

O jornal “O Globo” informou que as conversas para a delação dos irmãos donos da JBS começaram no final de março. Os depoimentos foram coletados do início de abril até a primeira semana de maio. O negociador da delação foi o diretor jurídico da JBS, Francisco Assis da Silva, que depois também virou delator.

De acordo com reportagem, os donos da JBS disseram na delação à PGR que gravaram o presidente Michel Temer dando aval para comprar o silêncio do deputado cassado e ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ), depois que ele foi preso na Operação Lava Jato.

Em gravação, feita em março, o empresário diz a Temer que estava dando a Eduardo Cunha e ao operador Lúcio Funaro uma mesada para que permanecessem calados na prisão. Diante dessa informação, Temer diz, na gravação: “tem que manter isso, viu?”

Em nota, a Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência disse que o presidente Michel Temer “jamais solicitou pagamentos para obter o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha. Não participou nem autorizou qualquer movimento com o objetivo de evitar delação ou colaboração com a Justiça pelo ex-parlamentar”.

 

JNE com Jornal Midiamax