Uma reunião na Casa Civil com representantes de caminhoneiros autônomos terminou sem acordo nesta quarta-feira (23) e os motoristas decidiram manter a paralisação nacional iniciada na segunda-feira, afirmaram entidades do setor.

De acordo com a Veja, Tanto a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) quanto a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos saíram da reunião afirmando que o governo não apresentou propostas para o fim da paralisação, que reúne centenas de milhares de motoristas e já afeta uma série de setores da economia.

“Governo foi irresponsável com a situação que está o país hoje. O governo foi avisado com antecedência e nem mesmo abriu negociação”, afirmou o presidente da CNTA, Diumar Bueno, após o fim da reunião que contou com presença do ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, e dos Transportes, Valter Casimiro.

Em comentário a jornalistas, o presidente Michel Temer pediu trégua de dois a três dias para os caminhoneiros para se alcançar uma “solução satisfatória”.

De acordo com Bueno, Padilha disse que o decreto que zera a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre diesel será assinado nesta quarta-feira.

No entanto, na véspera, o presidente da Abcam, entidade que reúne cerca de 600 mil caminhoneiros do país, afirmou que a redução da Cide por si só não é suficiente para resolver o problema dos caminhoneiros, que lidam com reajustes diários no preço do combustível pela Petrobras desde meados do ano passado sem poder repassar os custos maiores ao frete.

Segundo José da Fonseca Lopes, presidente da Abcam, a Cide representa 1% dos tributos que incidem sobre o diesel. Em entrevista a jornalistas nesta quarta-feira, ele estimou em 450 mil o número de caminhões parados no país até o meio-dia. O Brasil tem cerca de 1 milhão de caminhoneiros, segundo a entidade.

Uma nova reunião na Casa Civil foi marcada para a tarde de quinta-feira, em que o governo tentará dar uma solução para o impasse.