Funcionário do Detran-MS (Departamento Estadual de Transporte de Mato Grosso do Sul), em Campo Grande, flagrou na segunda-feira (14) o momento em que Wesley Augusto Filgueira Leite Pinto, de pouco mais de vinte anos, tentava reaver uma arma escondida em um carro que havia sido apreendido pela Polícia Militar durante operação no último fim de semana.

O jovem foi abordado no sábado (12) por policiais do Grupo de Operações Especiais da Polícia Civil, que investigavam uma tentativa de homicídio ocorrida no bairro Moreninhas. Ele foi levado para a delegacia para prestar esclarecimentos e o veículo que ele utilizava, um Golf com placas de Campo Grande, foi apreendido e levado para
o pátio do Detran na saída para Rochedo, porque não estava com documentação em dia.

Na segunda, Wesley esteve na sede do Departamento, acompanhado do proprietário documental do veículo, com a desculpa de que teria deixado sua CNH (Carteira Nacional de Habilitação) dentro do carro.

Um servidor então acompanhou Wesley até o automóvel e observou que ele procurava o referido documento em locais nada comuns. Assim que o funcionário percebeu o que estava havendo, mandou que suspeito deixasse a arma onde estava, chamou o vigia e acionou delegado Bruno Henrique Urban, que estava de plantão na Deletran (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Relacionados à Atividade Exclusiva de Trânsito), que realizou a prisão imediata. Ele foi liberado após pagar uma fiança no valor de três salários mínimos e irá responder por porte ilegal de arma de fogo.

A arma, um revólver calibre 38 sem munições, estava entre o freio de mão e o banco do motorista. “Primeiramente ele disse que não era dele, mas depois confessou que estava com a arma, que havia escondido a pedido de um amigo chamado Leonan”, explicou. A arma foi usada em uma tentativa de homicídio. O jovem Vitor Hugo Rosa Francisco, 20 anos, foi atingido com um tiro na nuca em uma festa organizada por Wesley no sábado à noite.

O servidor do Detran, que terá sua identidade preservada, disse que agiu no impulso. “Eu vi que era uma arma, tive receio, mas precisava agir”, explicou. De acordo com ele, o rapaz chegou a pedir que ele deixasse passar despercebido, mas diante dos fatos o funcionário achou correto alertar a força de segurança competente. “Tive medo, mas não poderia agir diferente”, afirmou.

Para o delegado, o funcionário foi responsável e seguro em sua ação. “Ele agiu corretamente”, comentou.

Vítima do disparo morre em hospital

Vitor acabou não resistindo e morreu no fim da manhã desta quarta-feira (16). Ele foi atingido na nuca por um disparo de arma de fogo, na madrugada do último sábado (12) e, desde então, estava internado em estado grave na Santa Casa da Capital. A informação é da Polícia Civil, que investiga o crime registrado na Rua Barreira, no bairro Moreninha II.

O crime intrigou até mesmo moradores da região, que afirmam que não presenciaram confusão nos momentos que antecederam o barulho dos tiros. “Estou achando muito estranho porque foi tudo muito silencioso. Sempre que tem alguma confusão ou discussão aqui na rua, a gente escuta tudo porque meu quarto fica virado para a varanda da casa e eu não escutei nada além dos tiros”, afirmou uma moradora ao site Campo Grande News, que preferiu não se identificar.

Vitor foi encontrado por moradores, que acionaram o Corpo de Bombeiros, onde foi socorrido e levado para o maior hospital do Estado. Conforme a delegada Célia Maria Bezerra da Silva, as investigações continuam e pessoas estão sendo ouvidas sobre o caso.