A professora Nádia Sol Neves Rondon, de 38 anos, levou mais de 30 facadas no início da manhã deste domingo (10). Ela havia saído com amigas para comemorar o aniversário e quando retornou para casa, na alameda Adelina, bairro Universitário, foi atacada pelo ex-companheiro, Edevaldo Costa Leite, de 31 anos, que não aceitava o fim do relacionamento. Os golpes atingiram as costas, tórax, rosto e braços. Testemunhas ainda disseram que viram o homem arrastando a vítima pelos cabelos para a rua e logo acionaram a Polícia Militar.

De acordo com o Diário Corumbaense, os bombeiros também foram chamados, prestaram o atendimento emergencial e depois a removeram para o pronto-socorro. Em seguida, a professora foi encaminhada para o centro cirúrgico da Santa Casa de Corumbá, mas não resistiu.

Edevaldo Costa se apresentou no 1º Distrito Policial ainda pela manhã e foi preso por feminicídio, cuja pena varia de 12 a 30 anos de cadeia. Ele relatou que havia visto a professora com outra pessoa e isso teria motivado o crime. No entanto, amigos de Nádia contaram que ele já vinha perseguindo-a, chegou a furar os pneus do carro dela e foi visto rondando a casa da vítima, o que reforça a tese de crime premeditado. Ele está em uma das celas da delegacia e deve passar por audiência de custódia, quando a Justiça irá decidir se o mantém preso.

Por conta dos boatos da suposta liberação dele, algumas pessoas foram para a porta da delegacia, mas policiais plantonistas explicaram que ele está preso em flagrante.

Corpo vai para Campo Grande

A família de Nádia Sol mora em Campo Grande, cidade para onde o corpo será levado. Mas antes, por volta das 18h, amigos, colegas de trabalho e alunos, fazem o velório na capela Anjo da Paz, na rua Major Gama esquina com a Dom Aquino. Ainda esta noite, o corpo segue para a Capital.

Nádia era professora de Língua Portuguesa e Inglês nas escolas municipais Pedro Paulo de Medeiros e Isabel Corrêa. Antes, também foi servidora do Estado na Casa do Trabalhador de Corumbá.

Uma campanha de doação voluntária foi realizada para arcar com os custos do translado e o valor arrecadado já cobriu as despesas. Professores e amigos que encabeçaram a campanha, informaram que nenhum valor é mais arrecadado e que o dinheiro que sobrar será enviado para as filhas, de 15 e 09 anos, e a mãe da professora. A filha mais velha presenciou o crime bárbaro e ficou em estado de choque.

Duas manifestações contra o feminicídio estão marcadas para esta segunda-feira (11) em Corumbá. Uma delas é organizada pelo movimento Mulheres da Frente Brasil Popular, às 09h, em frente ao cemitério Santa Cruz, na rua Dom Aquino.

*As informações são do Diário Corumbaense