Réu levado para o posto de saúde e promotor socorrido pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). Esse é o quadro do 10º júri de Luiz Alves Martins Filho, 54 anos, o Nando, acusado de matar jovens, a maioria dependentes químicos, e enterrar os corpos em cemitério clandestino no Bairro Danúbio Azul, em Campo Grande. A sessão ocorreu nesta sexta-feira (23) no Fórum de Campo Grande e acabou cancelada, depois de uma série de confusões.

Primeiro, foi Nando quem teve de deixar o julgamento, após se estapear, chorar, ameaçar e xingar pessoas. Depois, na sala de espera, bateu três vezes com a cabeça na parede, bastante exaltado, e foi levado para posto de saúde do Bairro Tiradentes.

Por volta das 14h, já na fase final do julgamento, o responsável pela acusação, o promotor Douglas Oldegardo Cavalheiro dos Santos, 44 anos, fazia sua explanação final, pedindo a condenação do réu, quando sua voz foi falhando e ele desabou, desmaiado.

O promotor demorou a acordar e o Samu foi novamente acionado, para levar o promotor a um hospital. Ele saiu do prédio do Fórum acordado. Foi levado para o Hospital da Unimed, na Avenida Mato Grosso, e passa bem. A suspeita é de que tenha sofrido uma queda de pressão. A reportagem apurou que o promotor passará por um check-up de saúde.

O motivo – Tudo aconteceu quando o promotor fazia sua tréplica ao defensor de Nando no caso, Rodrigo Antônio Stochiero Silva. O representante do Ministério Público ficou bastante irritado com a afirmação de Stochiero de que estava pedindo a condenação do réu baseado apenas em confissão.

“Faz mal ao processo penal quando pede condenação com base apenas em confissão” é a frase atribuída ao defensor. Em sua fala, na sequência, Douglas falou por mais de 20 minutos e subiu o tom de voz. Disse que tem outros elementos para pedir a condenação, como o fato de Nado ter indicado o local onde estava o corpo da vítima, Eduardo Dias Lima, 15 anos, e o testemunho de dois policiais.

“Isso é me ofender, mesmo coisa de dizer que o MP está prejudicando, pedindo condenação com base em confissão”, disparou. “É cuspir na minha história, no meu trabalho, na minha instituição”.

Ao final da explanação, o promotor foi perdendo a voz e fez um sinal para o magistrado. Depois, desmaiou.

Com o ocorrido, o juiz Aluizio Pereira dos Santos cancelou o júri. Nando é acusado homicídio triplamente qualificado: por motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima.

Fonte: Midiamax