Edmauro Gamarra, 31 anos, que matou a facadas com requintes de crueldade sua ex-esposa Airyfer Castro Elias, 23 anos e Higor Quintana, 21, na manhã do dia 17 de março de 2018 em Aquidauana, por não aceitar o fim do relacionamento, foi a juri popular nesta quinta-feira (12) e condenado a 62 anos de 3 meses de prisão em regime fechado sem direito a recorrer.

“Nada devolverá a vida dos dois, mas a Justiça dos homens começou hoje e estamos satisfeitos com o resultado”, disse a tia da vítima, Geyse Ortega.

Segundo informações levantadas pelo JNE, a defesa do réu quis desqualificar o crime de feminicídio, e tentou convencer o júri que Edmauro deveria ser condenado apenas por homicídio simples, sem nenhuma qualificadora.

Mas os jurados entenderam conforme o Ministério Público Estadual pediu, consideraram todas as qualificadoras e o juiz somou as penas e a sentença foi categórica: 62 anos e 3 meses de reclusão.

Edmauro foi condenado por homicídio duplamente qualificado (motivo fútil e recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido) pela morte de Higor. Já por ceifar cruelmente a vida de Airyfer, foi condenado por homicídio triplamente qualificado, com as mesmas qualificadoras e mais feminicídio, instância última de controle da mulher pelo homem: o controle da vida e da morte, expressado como afirmação irrestrita de posse, igualando a mulher a um objeto, quando cometido por parceiro ou ex-parceiro; como subjugação da intimidade e da sexualidade da mulher, por meio da violência.