O consumidor que mora no Rio de Janeiro ou que está de passagem pela cidade vai poder comprar, até quarta-feira (11), produtos de cooperativas e assentamentos no Largo da Carioca, centro.

Os produtores agroecológicos, ligados ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), são majoritariamente do estado do Rio, mas também há produtores do Espírito Santo, de Minas Gerais e São Paulo. Eles participam da 11ª Feira Estadual de Reforma Agrária Cícero Guedes, que já faz parte do calendário de eventos da cidade.

“Queremos que, de fato, a população tenha acesso a um alimento limpo e saudável, para que seja um bem comum. Enfrentamos muitos desafios para organizar a feira, como dificuldades com custos e estrutura, mas agora ela já é uma patrimônio da cidade”, disse Raoni Amaral Lustosa, um dos coordenadores do evento.

Segundo Lustosa, no início, a feira ficava em um espaço menor, na área externa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ao lado do Largo da Carioca. Anualmente, o evento vem se expandindo e, cada vez mais, produtores apresentam uma diversidade maior de produtos.

“Para nós, é importante discutir a agroecologia como forma de produção e organização. Ainda temos áreas em fase de transição para a agroecologia, que ainda são reféns de alguns insumos, mas estamos trabalhando para ter uma produção de alimento 100% limpa, com trabalho justo”, afirmou.

Orgulho
A produtora Rita de Cássia da Silva, 53 anos, mora há 11 anos no assentamento Roseli Nunes, em Piraí, município do Vale do Paraíba Fluminense, no sul do estado, onde há 39 famílias assentadas. Ela faz parte do Coletivo Alaíde Reis e não é a primeira vez que participa da feira, da qual sente orgulho.

“A gente sofre muito, passa por muita dificuldade, dificilmente tem apoio e lutamos sem recursos. Eu, principalmente, sinto muito orgulho em conseguir plantar, colher os alimentos, produzir e beneficiar os alimentos, as ervas que eu colho para fazer sabonetes, cremes e hidratantes. Me sinto muito orgulhosa”, disse. Fora das feiras, ela vende seus produtos fazendo propaganda de boca a boca. “Vai passando de um para o outro e, graças a Deus, vendemos um pouco.”

(Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)