Luís Alberto durante julgamento, em março deste ano - Henrique Kawaminami/Campo Grande News

Os juízes da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul negaram, nesta quinta-feira (12), o pedido da defesa de Luís Alberto Bastos Barbosa, de 31 anos, para anular o julgamento de março deste ano que o condenou a 27 anos e dois meses de prisão pelo assassinato da musicista Mayara Amaral.

No recurso, o advogado Conrado de Souza Passos pediu a anulação do júri por entender que a “decisão dos jurados é contrária as provas do processo”. Nesta quinta-feira, os juízes da 1ª Câmara Criminal negaram por unanimidade o recurso e mantiveram a condenação de Luís por homicídio qualificado, pelo furto dos pertences de Mayara e pela ocultação do cadáver.

Ao Campo Grande News o advogado afirmou que agora a defesa vai recorrer ao Superior Tribunal de Justiça e ao Supremo Tribunal Federal. “Entendemos que dá para anular esse julgamento, porque a manifestação dos jurados foi contrária as provas dos autos. Estamos confiantes em Brasília, lá irão analisar o caso com equidistância. Aqui estamos muito perto”.

Enquanto os recursos não são analisados, Luís continua no IPCG (Instituto Penal de Campo Grande) por força do mandado de prisão preventiva decretado em julho de 2017. Conforme Conrado, no presídio o rapaz está “resignado”, se converteu e agora participa dos cultos como músico.

“Ele está trabalhando no presídio, se converteu a região dos evangélicos. Na doutrina deles, falam que ele foi convertido através da dor. Se não foi pelo amor, foi pela dor. Está tocando violão nos cultos, é o primeiro a pegar o violão e tocar. Ele é um cara bom, de família, o que aconteceu foi um episódio único na vida dele”, afirmou o defensor.

Caso a condenação seja mantida ao fim do processo, os anos que passou preso serão descontados da pena final.

Entenda – Mayara foi assassinada a golpes de martelo em um motel no dia 25 de julho de 2017. O corpo dela foi encontrado no dia seguinte, carbonizado nas margens da estrada para a cachoeira do Inferninho. Luís Alberto confessou o crime e, diante do júri, afirmou que estava sob efeito de drogas e matou o musicista após uma “briga besta”.

Em depoimento Luís Alberto contou que conversava com Mayara sobre a possibilidade dos dois estarem com uma doença sexual transmissível. Diante do júri, alegou que a musicista insistia para ele contar à namorada o que estava acontecendo, e que sob efeito de drogas, acabou cometendo o crime.

Ainda assim, foi condenado a 23 anos por homicídio com quatro qualificadoras – motivo fútil, meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio – a 2 pelo furto do carro e dos instrumentos da musicista e mais 2 anos e 2 meses pela ocultação de cadáver.

Fonte: Campo Grande News