Golpes no WhatsApp não são raros nem recentes. Segundo pesquisa da PSafe publicada em agosto de 2019, estima-se que 8,5 milhões de brasileiros já tiveram sua conta no aplicativo clonada. Desses casos, a maior parte foi vítima de vazamento de conversas privadas (26,7%), teve a conta usada para enviar links de golpes para seus contatos (26,6%) ou para extorquir dinheiro de amigos e familiares (18,2%).

Esse último caso, quando os golpistas roubam a conta para pedir dinheiro dos contatos, tem ganhado repercussão nas últimas semanas.

O golpe funciona assim:

1. O golpista descobre o número de telefone da vítima e, com ele, instala o WhatsApp em seu aparelho.

2. Quando é instalado, no entanto, o aplicativo, pede que o número de telefone usado na conta seja confirmado por meio de um código que o usuário recebe via SMS.

3. Como o golpista não tem acesso a essa mensagem, ele tenta fazer com que o usuário envie o código para ele. Para isso, o golpista se passa por um famoso ou um representante de uma empresa, e telefona ou escreve por outra conta de WhatsApp para a vítima fazendo convites para festas ou ofertas tentadoras.

4. Para aceitar a proposta, a vítima é instruída a enviar o código que vai receber por SMS.

5. Se o usuário compartilha esse código, o criminoso consegue usar a conta dele do WhatsApp em outro celular.

6. A partir daí, ele passa a enviar mensagens aos contatos do usuário com pedidos urgentes de dinheiro.

Por isso, nunca acredite em mensagens com pedidos de depósitos, principalmente se for urgente. Isso vale, inclusive, para mensagens de parentes ou amigos. Se você receber um pedido deste tipo de algum conhecido, ligue para ele (de preferência, por meio de telefonema fora do aplicativo) e tente confirmar a veracidade da mensagem recebida.

Confira as dias para se prevenir desses golpes:

Para todos os tipos de golpes praticados no WhatsApp — e em outras redes sociais —, uma das ferramentas que mais aumenta a segurança do usuário é a confirmação de acesso em duas etapas, também chamada de verificação de dois fatores.

No WhatsApp, esse recurso funciona como uma senha extra da conta do usuário: ela será solicitada periodicamente e toda vez que o aplicativo for instalado com a mesma conta. O passo a passo para ativar a verificação em dois fatores pode ser conferido no quadro abaixo ou, se preferir, no site oficial do WhatsApp.

A verificação em duas etapas também existe em outras redes sociais, como Facebook e Twitter. É recomendado que o usuário sempre ative essa opção. O Aos Fatos também possui um guia com dicas de segurança em outras plataformas.

Vítima. Caso você tenha sido vítima de um golpe no WhatsApp, tente recuperar sua conta desinstalando e reinstalando o aplicativo. Isso fará com que o WhatsApp lhe envie outro código de autenticação por SMS.

Se isso não ocorrer, no entanto, é possível entrar em contato com a rede social e explicar a situação. O atendimento do WhatsApp é feito via email ([email protected]) ou pelo site oficial. Se possível, também avise aos seus contatos que sua conta foi bloqueada.

Também é recomendado que o usuário abra um boletim de ocorrência em uma delegacia especializada em cibercrimes. A ONG SaferNet possui uma lista de todas as delegacias do tipo no Brasil.

(Aos fatos)