Conforme o balanço divulgado pela Superintendência de Inteligência de Segurança Pública, da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) no primeiro semestre deste ano foram apreendidas pelas forças de segurança do Estado 316,81 toneladas de drogas, aumento de 77,63% se comparado com as apreensões feitas durante todo o ano de 2019.

Isso significa que nos seis primeiros meses deste ano a média de apreensões foi de 52,80 toneladas mensais, o melhor resultado dos últimos cinco anos. Em 2017 foram 31,74 toneladas/mês; no ano passado 30,79 toneladas/mês; 28,25 toneladas por mês em 2018; 24,64 toneladas/mês em 2016 e no ano anterior, 23,25 toneladas.

Segundo o secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Antonio Carlos Videira, as apreensões são reflexos dos investimentos realizados pelo Governo do Estado de mais de R$ 130 milhões com o Programa MS Mais Seguro. “Traduzem o resultado agora obtido, mais de 300 toneladas de drogas apreendidas nos seis primeiros meses de 2020”.

Videira lembra que os reflexos dos investimentos garantem resultados positivos não apenas para o MS “mas para diversos outros estados para onde esses carregamentos seriam destinados”. “Nós estamos nos referindo apenas às drogas, sem contar o volume de outros produtos ilícitos que ingressam no país por Mato Grosso do Sul, oriundos do Paraguai e Bolívia, e que passam pelas nossas rodovias”, pontua.

E lembra que o Estado tem sido referência nacional em apreensões. “Mato Grosso do Sul tem sido referência nacional pelo policiamento especializado de fronteira, tem sido referência como maior apreendedor de drogas, e que mais esclarece crimes de homicídios. Isso tudo, graças aos investimentos, integração e inteligência”, enfatiza o secretário.

As apreensões

O Batalhão da Polícia Militar Rodoviária (BPMRv), por exemplo, registrou expressivo aumento no volume de apreensões de drogas realizadas nos mais de 15 mil quilômetros de rodovias estaduais de Mato Grosso do Sul em 2020. Há uma semana, por exemplo, policiais militares rodoviários apreenderam 5,2 toneladas de maconha que estavam escondidas em um caminhão que transportava soja. O prejuízo provocado às organizações criminosas foi de R$ 5 milhões, além de impedir a circulação da droga em outras regiões do país.

Para o comandante da BPMRv, tenente-coronel  Wilmar Fernandes, esse alto volume de apreensão de drogas tem sido percebido nos últimos meses em ações realizadas no Estado. “Com efetivo maior – em razão da pandemia – realizamos maior fiscalização, principalmente, no transporte de cargas. Com mais policiamento nas barreiras e nas rodovias percebemos que houve aumento nas apreensões. E assim, registramos recordes no primeiro semestre com 95 toneladas de drogas apreendidas e com prejuízo financeiro às organizações criminosas de R$ 95 milhões”, diz ele.

O diretor do Departamento de Operações de Fronteira (DOF), coronel Wagner Ferreira da Silva, afirma que em razão da pandemia surgiu um novo fenômeno, justamente no transporte de grandes quantidades de drogas. “Nós sabemos que há algo diferente, mas ainda não conseguimos detectar. Temos procurado entender esse fenômeno. Uma das hipóteses é que pode ter havido uma colheita maior nos países produtores, aliado ao maior consumo da droga no período de pandemia. Mas devido ao rigor nas fiscalizações, estão tendo dificuldades em fazer esse transporte. Por isso, arriscam na passagem com grandes quantidades de drogas”.

Para o comandante do DOF, nesse ritmo o Estado deve fechar 2020 com mais de 500 toneladas de drogas apreendidas somente pelas forças estaduais de segurança.

Com rigor nas fiscalizações, as organizações criminosas procuram a todo custo se diversificar no transporte da droga. Destaque ao chamado “cavalo doido”, em que os traficantes sequer tomam cuidado de ocultar o entorpecente e andam em alta velocidade nas rodovias. E também os que ocultam grandes carregamentos em cargas de cereais.