Canssado mas, não derrotado, frerido mais com forças, prezo mais não morto (sic)”.
Com essas palavras, escritas de forma errada assim mesmo, Geovane Correa Mendes, de 23 anos, fez postagem no Facebook no dia 1º de setembro, acompanhada de fotografia. Seria mais uma publicação existencialista, dessas que existem às milhares todo dia, se Geovane não estivesse na prisão, escrevendo na rede social com a mesma facilidade de quem está do lado de fora. Ele tem quase 5 mil amigos, o que evidencia um perfil ativo na rede social.
A foto desse post tem como cenário uma cela do presídio masculino de Corumbá, onde ele cumpre pena por tráfico. Foi preso em 2017, aos 19 anos, quando transportava maconha em um ônibus que fazia a linha Campo Grande/ Corumbá.
Embora o uso de celular seja proibido no presídio, as publicações de Geovane na cela são rotina. No mesmo dia primeiro, ele teve oportunidade de avisar aos amigos virtuais do fato de estar com covid-19.
“Já tem cinco longos dias”, reclama Geovane. Em outras ocasiões, ele aparece com o uniforme laranja do presídio.
Com o nome Geovane Medina na rede social, o detento tem bastante amigos, 4,9 mil, quase o máximo permitido pelo Facebook, que é de cinco mil amigos para páginas pessoais.
Providências – A reportagem confirmou com a Agepen (Agência de Administração do Sistema Penitenciário) que o preso está em isolamento por causa da covid-19. Ele não tem sintomas, segundo informado.
O órgão vai abrir investigação para verificar como ele teve acesso ao telefone. Depois do cumprimento do afastamento da massa carcerária por causa da doença, ele também passará por punição usual em casos de faltas dentro do cárcere, que é ficar em cela disciplinar. O telefone, segundo informado, foi apreendido.
Fonte: Campo Grande News