Ponte totalmente destruída pelo fogo na rodovia MS-325, que interliga os pantanais do Nabileque e Nhecolândia

Com acompanhamento de técnicos da Defesa Civil do Estado, o Ministério de Desenvolvimento Regional (MDR) realizou levantamento em todas as 15 pontes de madeira destruídas pelo fogo, no período de queimadas no Pantanal, de setembro a outubro, e apresentará laudo para subsidiar os projetos de substituição das travessias por estruturas de concreto.

O Governo de Mato Grosso do Sul solicitou apoio financeiro do governo federal para reconstrução das pontes nos pantanais do Nabileque e Nhecolândia, em Corumbá, em conformidade com as normas do Decreto de Situação de Emergência assinado em setembro pelo governador Reinaldo Azambuja. É meta da Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos) licitar as obras ainda este ano.

As pontes de madeira, com tamanhos variáveis de 30 metros a 90 metros de comprimento, foram totalmente destruídas pelo fogo, com características de crime ambiental em algumas estruturas por não existir queima de vegetação em seu entorno, conforme análise preliminar durante a vistoria. A maioria das pontes (6) está localizada na MS-243, onde extensa floresta de carandazal foi atingida pelos incêndios.

Nova estruturas reduzem custos

O levantamento foi realizado pelo engenheiro Gunter Assis Moraes, analista de infraestrutura da Diretoria de Restabelecimento e Reconstrução, da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec), órgão do Ministério de Desenvolvimento Regional. Ele explicou que a análise por meio de modelagem paramétrica inclui a compatibilidade dos projetos e seus custos, além de variáveis nos planos apresentados pelo Estado.

O representante do MDR visitou as pontes sinistradas com o suporte da Defesa Civil do Estado, que designou o gerente de planejamento e reconstrução, Sandoval Leonardo Junior, e o subtenente Valter Antunes Oliveira, para acompanhá-lo numa viagem de carro por mais de 900 km. As demais pontes ficam situadas na MS-195 (4), MS-184 (3) e MS-325 (2). O acesso à região hoje é feito por meio de desvios.

A substituição das travessias construídas há décadas por estruturas de concreto foi uma determinação do governador Reinaldo Azambuja, com o propósito de reduzir custos de manutenção e garantir trafegabilidade o ano inteiro para girar a economia local, centrada na pecuária de corte e turismo. Em época de grandes cheias, algumas regiões ficam isoladas com queda de pontes devido a forte vazão das águas.

Pontes obedecem volume de água

O tamanho das pontes implantadas na planície pantaneira, segundo o gerente regional da Agesul em Corumbá, Luis Mário Anache, não é aleatório, mas determinado por estudos de topografia e hidrologia, os quais serão apresentados ao MDR para garantir a aprovação dos projetos. Os cursos de água determinam o número de vãos das estruturas, considerando as características hidrológicas próprias do Pantanal.

“Uma ponte de 90 metros no meio da planície não foi construída por acaso, ela está ali para suportar o volume de vazão calculada para uma água que vem do planalto e carrega estruturas mal feitas. As construções de manilha ou bueiros nem sempre suportam a vazão”, aponta Luciano Leite, presidente do Sindicato Rural de Corumbá, município com o segundo maior rebanho bovino (1,9 milhão de cabeças) do Brasil.

O dirigente ruralista destaca o compromisso do governador Reinaldo Azambuja de levar infraestrutura viária ao Pantanal, integrando toda a região. “As pontes de concreto, assim como as estradas que estão sendo abertas, são vitais para garantir a retirada do gado na cheia e para escoamento da produção”, afirma. “Vamos trabalhar o ano inteiro, com seca ou cheia, reduzir os custos de transporte e produzir mais.”