Hospital Regional de Aquidauana, onde criança passou por cirurgia

A Delegacia de Atendimento à Mulher de Aquidauana (que também trata de casos que envolvem crianças e adolescentes) foi acionada pelo Conselho Tutelar, após uma menina indígena de 3 anos ser atendida pelo médico da Sesai e encaminhada para o Hospital Regional de Aquidauana, com lesão no ânus. A suspeita até então era de abuso sexual, onde para esconder um suposto ritual indígena, a mãe da menina disse que esta era abusada pelo padrasto.

Mas ao passar por atendimento na Unidade Hospitalar, a criança foi encaminhada ao médico-cirurgião, onde foi levada ao centro cirúrgico para retirada de caroços de acerola. Segundo relato da mãe, a paciente estava aproximadamente 10 dias sem evacuar. Por apresentar profusão (lesão) retal e dores, o Conselho Tutelar foi acionado para encaminhamentos legais, onde o padrasto da criança acabou detido e conduzido para a Delegacia de Polícia, porém negou o cometimento de qualquer abuso sexual contra o sua enteada.

Os conselheiros e policiais constataram que devido a constipação intestinal, a menina havia passado por um tipo de “ritual” antes de ser encaminhada para atendimento médico, onde até palito de unha foi introduzido no ânus da criança, além de dedo para retirar fezes. O JNE recebeu a informação de que até em tijolo quente a menina teve que sentar.

Questionada, a mãe da criança apresentou várias contradições e finalmente informou que mentiu, ao imputar o abuso sexual ao seu companheiro. Esta mãe foi presa em flagrante pelo delito de tortura com aumento de pena por ter sido cometida contra criança em ato que durou cerca de um dia e uma noite. Demais envolvidos serão intimados para prestar depoimento sobre os fatos.

Após passar por cirurgia, a menina foi encaminhada para internação em outro Hospital do município, o Funrural, para cuidados com pediatra, onde permanece hospitalizada até a data de hoje, 08 de janeiro, pois devido a atendimentos de Covid no Hospital Regional, crianças e gestantes estão sendo atendidas no Funrural.

A mãe da criança continua presa, aguardando a audiência de custódia. A identificação de todos foi preservada para preservar a identidade da vítima.